Os utilizadores portugueses da rede social Facebook divulgam muita informação pessoal e profissional, não se mostram preocupados com a sua privacidade e desconhecem os riscos a que estão expostos, revela um estudo da Universidade de Coimbra.
“A preocupação das pessoas sobre a privacidade na Internet é praticamente nenhuma. Analisámos mais de 78 mil perfis do Facebook e todos têm acesso completamente público”, disse Francisco Rente, do Centro de Investigação em Sistemas (CISUC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC).
O estudo, elaborado no âmbito do projeto Vigilis, que avalia o índice de segurança da Internet em Portugal, analisou 47 caraterísticas presentes em 78.320 perfis e concluiu pela “total ausência de proteção” de dados pessoais disponibilizados pelos utilizadores.
“As fotografias são públicas, qualquer um as pode ver. A maioria revela pormenores de relações e um quarto das pessoas a sua entidade patronal”, exemplificou.
Segundo o coordenador do projeto Vigilis, ao disponibilizar informação “aparentemente básica”, como a morada ou a empresa onde trabalha, um utilizador das redes sociais “torna o seu perfil vulnerável a possíveis ataques piratas ou a situações maliciosas”.
Francisco Rente lembrou o exemplo, recente, de uma empresa de telecomunicações, sujeita a centenas de comentários negativos no Facebook, depois de um problema com um cliente.
“O que aconteceu pode acontecer em sentido oposto, pode acontecer a uma pessoa só ou entre utilizadores. A informação disponibilizada pode servir de base para inúmeros ataques, tecnológicos ou não”, alertou.