A suspensão do mandato dos autarcas da freguesia da Lousã em protesto contra a suspensão das obras no ramal ferroviário da Lousã terá afetado hoje (23) “mais de 200 eleitores”, segundo uma estimativa do presidente da Junta de Freguesia.

O socialista António Marçal, também com funções autárquicas suspensas até às 24H00 de segunda-feira, disse à Lusa que em anteriores atos eleitorais os membros do executivo “asseguravam sempre um trabalho voluntário” nos locais de voto, “apoiando em média 200 a 250 pessoas”.

“Como a obtenção do cartão de cidadão tem vindo a aumentar, também têm aumentado os problemas relacionados com o recenseamento eleitoral”, adiantou.

Para António Marçal, a medida de protesto, assumida na sexta-feira (21) por todos os membros da Junta da Lousã e da própria Assembleia de Freguesia (PS, PSD e BE), “prejudicou efetivamente as pessoas”.

Desde as primeiras eleições livres, em 1975, os membros da Junta de Freguesia “estiveram sempre presentes” nos locais de voto “para resolver na hora as diversas situações” colocadas pelos cidadãos, como a mudança do número de eleitor ou de residência.

“Há ainda muitas pessoas, sobretudo idosos, que não estão habituadas às novas formas de contacto com recurso a SMS e Internet” e que acabam por não votar, segundo António Marçal.

No entanto, estiveram hoje (23) abertos os serviços administrativos da Junta da Lousã, das 09H00 às 17H00, com um funcionário que assegurou a distribuição pelas mesas de voto dos sufrágios por correspondência à responsabilidade da autarquia.

Ainda no concelho da Lousã, as eleições presidenciais foram alvo de boicote na freguesia de Serpins, com o local de voto encerrado pela população em protesto contra a paragem das obras no Ramal da Lousã, devendo o ato eleitoral ser repetido na terça-feira, dia 25.