Santos Rosa: Reitor deve ser um líder e não um executivo

Posted by
Spread the love
Foto de Luís Carregã

O diretor da Faculdade de Medicina de Coimbra não integra o Conselho Geral da Universidade. Por isso, não vota. De resto, Santos Rosa até nem gosta do atual modelo de eleição do reitor.

P – Há quantos anos não tem a Faculdade de Medicina um reitor?

R – Há muitos, diria mesmo demasiados.

P – A dimensão política dos seus professores não está vocacionada para o cargo?

R – Não se trata disso. Repare que a eleição do reitor, há alguns anos, era diferente. E eu penso que o único modelo de eleição ótimo é o que tem maior espírito democrático, em que todos os docentes, todos os funcionários, todos os estudantes, todos os investigadores possam escolher, de forma universal. Com este modelo, talvez a medicina tivesse a possibilidade de fazer eleger um reitor. E não tenho dúvidas em afirmar que, se o quisessem, pelo prestígio nacional e internacional teríamos bons candidatos; quase me atrevo a dizer que teríamos candidatos ganhadores. Mas também temos de ver que a área da Medicina é muito consumidora de tempo e de energias.

P – Discorda do atual modelo de eleição do reitor?

R – Este modelo parece-me muito redutor. Um Conselho Geral é um órgão importante, pela incorporação de elementos e de ideias externas, mas, a nível eleitoral, o órgão não tem a mesma força nem a mesma legitimidade que advêm do sufrágio universal.

P – Quem é o seu candidato?

R – Eu não voto, porque não faço parte do Conselho Geral. Mas, posso e quero dizer que temos dois bons candidatos. Pessoas que, pelo seu trajeto e personalidade seguramente podem dar uma continuidade e uma renovação à nossa universidade muito importante. E temos ainda a vantagem de serem candidatos muito diferentes.

P – Que balanço faz dos mandatos de Seabra Santos?

R – Foram mandatos muito importantes na Universidade de Coimbra. Eu gosto de ser muito direto. Apesar de, nalgumas coisas, eu ter uma ideia bastante diferente da do professor Seabra, nomeadamente, porque assumo que a universidade deve ser liderada por um verdadeiro líder, independentemente da sua capacidade executiva, e não por uma direção técnica, há estratégias que ele gizou e desenvolveu em que me revejo completamente. Acho que a universidade mudou muito, que ele fez muito e em muitos aspetos. Do ponto de vista da imagem houve um salto enorme e, hoje, a imagem de Coimbra no exterior é extraordinariamente diferente. Na nossa área consolidou-se muito o pólo III e devemos isso ao prof. Seabra e às equipas de pró-reitores que o acompanharam. Mas, tenho de reconhecer que há problemas que não estão resolvidos…

P – O pólo III, por exemplo…

R – Eu sei que não depende do prof. Seabra e que o problema foi a falta de recursos. Mas o que sei é que, até agora, a faculdade só tem no pólo III uma subunidade, a 1, das quatro que tem de ter. A subunidade 3 está pronta, mas só na parte do betão. Faltam os concursos para equipamento, que ainda vão levar mais de um ano e, do ponto de vista da faculdade, pouco vai afetar, pois apenas vamos mudar para lá a área da medicina legal e das anatomias normais, a área de higiene e medicina social. Agora, a grande subunidade, a 2+4, que vai ser um dos edifícios mais emblemáticos do pólo III, ainda está em fase de projeto.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.