O braço-de-ferro não abranda. Depois das manifestações na campanha das presidenciais e dos caixões em Lisboa, foi a vez, ontem, das escolas do ensino particular e cooperativo serem fechadas a cadeado. Em Coimbra, aderiram oito das nove que existem no concelho. E, de manhã, mais de mil pais, professores, funcionários, donos e diretores e, sobretudo, jovens alunos dos colégios privados aderentes promoveram um “SOS gigante” no Parque Verde.
A jornada de protesto começou, logo de madrugada, à porta de cada um dos colégios. Os católicos, desde logo: Imaculada Conceição (Cernache), Rainha Santa Isabel, S. Teotónio e S. José. E três outros: Lordemão, S. Martinho, S. Pedro (Cooperativa de Ensino de Coimbra) e Souselas – de onde, por razões logísticas, não houve deslocação até à manif do Parque Verde, tal como do CAIC. De fora ficou Almalaguês, do grupo GPS, mas que tem tudo preparado para o encerramento hoje.
Em paralelo com a concentração, o Movimento SOS Educação promoveu uma conferência de imprensa, em que foi distribuído um comunicado aos jornalistas presentes. “Sentimo-nos profundamente injustiçados e defraudados”, lê-se no documento, que contesta as novas regras de financiamento das escolas com contrato de associação.
Em nome do movimento, o presidente da Associação de Pais do Colégio da Rainha Santa Isabel adiantou que o protesto de ontem fez com que 3.500 alunos tenham ficado sem aulas, em Coimbra. Segundo João Asseiro, a contestação não vai parar e, amanhã e depois, fecharão mais de 80 por cento as escolas com contrato de associação. Recorde-se que, em todo o país, são 93 escolas nestas condições e que o Ministério da Educação reiterou, ontem também, que os colégios que não assinarem as adendas aos contratos não serão financiados. Até ontem, 57 escolas (60 por cento) já tinham firmado, faltando, portanto, 36. Não foi possível apurar quantas de Coimbra já assinaram.