Lardosa saiu à rua para o desfile dos cascoréis

Spread the love

A população da Lardosa, uma freguesia do concelho de Castelo Branco, saiu à rua para o desfile dos cascoréis, uma festa que surgiu como agradecimento a São Sebastião por ter livrado a aldeia de uma praga de gafanhotos.

Os insetos foram morrer à porta da capela “e desde então dá-se ao povo os cascoréis, vinhos, tremoços e há uma venda de chouriças que as pessoas doam em comemoração da festa”, explica à Lusa Paulo Patrício, um dos festeiros deste ano. O cascorel é um bolo frito semelhante a uma filhó, que começa a ser confecionado uma semana antes do desfile por um grupo de mulheres da aldeia.

O trabalho arranca todos os dias pelas três horas da madrugada e só termina perto da hora do jantar. Os cascoréis são feitos com farinha, azeite, aguardente, canela, fermento, bicarbonato e dez ovos por cada quilo de farinha, explica Estela Antunes, uma das cozinheiras.

Só no primeiro dia foram feitos 80 quilos de massa. Depois de fritos, os cascoréis são empilhados em tabuleiros de madeira e decorados com panos e flores.

Os tabuleiros são transportados na cabeça pelas mulheres. “É um bocadinho pesado, é só para pessoas que têm força”, diz Estela Antunes do alto dos seus 66 anos.

Maria Clementina Andrade veio de propósito de Tomar para ver o cortejo dos cascoréis. Na Lardosa não se cansou de tirar fotografias e trocar impressões sobre as semelhanças com o desfile dos tabuleiros da sua cidade, em que as mulheres transportam tabuleiros de pão.

Para a tomarense, que descobriu a tradição na internet, “festas como estas são património e têm de continuar”.

3 Comments

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.