Investigadores da FCTUC “encolhem” protão

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Oito investigadores portugueses, coordenados por Joaquim Santos, do Centro de Instrumentação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, integram a equipa de 32 cientistas de todo o mundo que assinam uma das 10 mais importantes descobertas de 2010. E quem o diz é a Sociedade Europeia de Física ao referir-se à investigação que verificou que o protão é mais pequeno do que o assumido até agora pela comunidade científica.

E a investigação, cuja experiência foi realizada no Paul Scherrer Institute (Suíça), detentor do feixe de muões mais intenso do mundo, conclui que “o valor obtido na experiência para o raio do protão – um dos constituintes básicos de toda a matéria – é quatro por cento mais pequeno do que o valor assumido até agora pela comunidade científica”. E, como todas as descobertas, também as consequências desta discrepância estão por esclarecer, não se sabendo, para já, qual o alcance das suas implicações na Física. Mas, desde logo, como reconhece Joaquim Santos, “ela poderá, no limite, vir a questionar a validade de uma das teorias fundamentais mais sólidas ou fazer alterar o valor da constante física fundamental de maior precisão”.

A investigação tinha como principal objetivo “medir o raio do protão com uma precisão dez vezes superior para provar que a teoria que faz estas medições tinha uma maior precisão”. “Se provássemos isso podíamos ver que a teoria e os sistemas de medição são mais eficazes”, conta o professaor da FCTUC. Mas o processo levou a equipa a outras descobertas deixando os investigadores ainda sem respostas quanto aos efeitos que ela provocará.

“Não sabemos bem ainda. Mas há muitas teorias que são feitas com base nas medidas do protão e é preciso saber se estão correctas ou não. Podem ser apenas erros de cálculo, mas as teorias podem também estar erradas por inteiro”, explica.

Portanto, uma descoberta que enche de orgulho os “homens da Física” e que irá obrigar os investigadores de outras áreas a “deitar mãos à obra” e fazer contas às teorias que se baseavam no anterior tamanho do protão. E por que a importância das coisas não se mede pelo tamanho, o investigador garante que “a descoberta veio dar uma nova importância a uma das partículas mais estudadas e que é a base de muitos estudos”.

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