Editorial: O metro e o PS

Paulo Marques

Paulo Marques

O Governo diz que o Sistema de Mobilidade do Mondego é para avançar. Mas nada mais.

Por um lado, não faz mais do que a obrigação do Estado “pessoa de bem”, que assumiu o compromisso político e quer cumpri-lo. Por outro, vale a pena sublinhá-lo, vai mais longe do que se esperava, numa altura em que já é claro que todas as grandes obras em que ainda é possível recuar estão em causa.

Nesta perspetiva, a reunião de sexta-feira, entre o ministro e o secretário de Estado dos Transportes e os autarcas de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, foi positiva, até pelo reatar do diálogo, mais de meio ano depois.

O problema é que a expetativa era outra: a de que o Governo aceitasse o avanço da obra, já, e anunciasse mesmo o lançamento de novas empreitadas.

Expetativa que, recorde-se, foi gerada pelo líder distrital do PS, que foi a Lisboa duas vezes “forçar” o regresso ao diálogo e a dizer, com clareza, o que quer fazer do projeto.

Uma coisa conseguiu Ruivo: que a tutela respeitasse as populações. Mas não disfarça o incómodo. E reage, dizendo-se traído. A verdade é que acaba refém da sua estratégia: voluntarista, mas algo ingénua e, sobretudo, muito mal escorada – não se entende, por exemplo, por que foi ele sozinho à reunião com Correia da Fonseca; ou por que anunciou o que não podia ser ele a garantir.

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