O diretor dos Estaleiros Navais do Mondego (ENM) não desiste de tentar encontrar uma solução para a crise que está a afetar a empresa da Figueira da Foz e que é transversal às suas congéneres nacionais.
Neste momento, os cerca de 60 trabalhadores ainda não receberam o salário de dezembro e não há novas encomendas (ver edição de terça, 18). António Duarte Silva reconhece, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, que “a conjuntura não é desculpa”.
Para António Duarte Silva, contudo, neste momento, mais importante do que apurar as causas é contrariar os efeitos. A solução imediata pode, afinal, ser encontrada sem sair da Figueira.
“Tenho muitas negociações em cima da mesa. Espero concretizar algumas delas até finais de fevereiro”, afirma o diretor, revelando que está a fazer uma abordagem ao mercado local: um dos armadores de pesca da Figueira vai construir uma nova embarcação e os últimos estaleiros navais da cidade poderão ser chamados a construí-la.
João Ataíde também tenta evitar o “naufrágio” dos estaleiros através do magistério de influência e da diplomacia económica. A dívida dos ENM, explorados por um empresário de Vigo, ascende a cerca de cinco milhões de euros e a empresa não tem ativos.
Todavia, o diretor afirma que “grande parte da dívida está negociada”. A carteira de encomendas e reparações está vazia desde novembro último.
Recorde-se que os ENM foram adquiridos à Fundação Bissaya Barreto em 2007. Por sua vez, a concorrente Navalfoz fechou em 2005.