É através de um pequeno livro de 47 páginas, com uma tiragem de mil exemplares e escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, que o candidato a reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva, apresenta o seu programa de ação.
As linhas mestras foram ontem divulgadas pelo próprio, partindo de uma ideia base: “a afirmação da universidade no Espaço Europeu do Ensino Superior”. Para atingir esse objetivo, o professor catedrático do Departamento de Engenharia Informática ambiciona que “a UC seja reconhecida como a universidade portuguesa de maior qualidade”, motivo pelo qual defende a intervenção “nos grandes problemas nacionais, com estudos e ideias influenciadoras da decisão política e das prioridades e valores da sociedade; do mesmo modo, nunca devemos abdicar de ter uma presença ativa nos centros de decisão”.
Corte nos financiamentos
Reconhecendo que “não podemos esperar rios de dinheiro” de financiamentos do Estado, João Gabriel Silva garante que irá “procurar o reforço de outras fontes de financiamento”, tanto mais que “a universidade não pode prescindir das receitas [das propinas]”. O candidato afasta assim a possibilidade de, caso venha a ser eleito, fixar um valor mais baixo de propinas.
Para contrariar as dificuldades na atribuição de bolsas de estudo aos estudantes com maiores dificuldades financeiras, propõe a possibilidade de “pagar as propinas de um aluno a partir de verbas de alguma ação financiada que esteja associada ao seu trabalho científico”. Por outro lado, planeia obter verbas para fazer o “recrutamento de jovens doutorados de elevado potencial”.
A monitorização do trabalho realizado na instituição será outra das suas preocupações. Um desígnio que a alcançar, se for eleito para reitor, através da “generalização de uma cultura de sistemática melhoria nos cursos da UC”, nomeadamente através de uma reflexão anual sobre “um conjunto de questões que devem ser resolvidas”.
Na cultura, identifica a “missão central” do Teatro Académico de Gil Vicente e, na ligação ao mundo empresarial, o “relevo mundial” da incubadora de empresas do Instituto Pedro Nunes, mas também percerias com o Biocant de Cantanhede e o Coimbra Inovação Parque.