Alegremente encavacados

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Quase sem pano para mangas, lá decorreram as eleições presidenciais

Podemos, porém e tentando escapar ao comentário mais (de)batido, tentar rever a matéria dada, com cunho pessoal.

Assim e desde logo, parecem de mau perdedor as linhas que se escreveram e leram dizendo que Cavaco Silva ganhara bem, mas aquém das expectativas. Olvidam os “palpitadores” profissionais o facto de esta não ser a primeira, mas sim a segunda vez consecutiva que Cavaco ganha eleições presidenciais à primeira volta e, já agora, a segunda derrota que Manuel Alegre soma de igual forma.

Pode sempre dizer-se que, mesmo com um bom resultado, haveria melhores formas de discursar, no momento da consagração. Aqui chegados, divide-se-me a alma: por um lado, entendo que o Presidente reeleito deveria ter sido magnânimo e conciliador, mas, por outro lado, entendo bem a saturação com os enxovalhos e insinuações de que foi alvo (só quem passou por isso – eu senti na pele, em menor escala, o que é ter o trabalho sabotado pela própria equipa e enfrentar uma campanha difamatória quando, finda a tarefa, se bate com a porta – sabe o que custa).

Quanto ao Poeta de Águeda, eu bem avisei… O ataque violento e o discurso do “resistente”, do “antifascista” e do “republicano” cheiram a mofo e têm cada vez menos a ver com a política contemporânea, em que novas e velhas gerações não têm medo de fantasmas políticos que já não voltam, vivendo bem com a História de Portugal. Além disso, os ataques sucessivos ao seu (???) PS, haveriam de ter consequências…

Quanto a ganhadores, sou dos que pensa que o Sr. Coelho ganhou na justa proporção em que perdeu a dignidade (se ainda a havia) da nossa política. A sua candidatura faz sorrir, mas é própria do Parque Mayer e não de um palco onde deveriam desfilar as mais nobres questões da nossa democracia constitucional. Bem mais inteligente e interessante é o aparecimento regular de Manuel João Vieira que, todavia, tem o bom senso de não passar de momentos de contracultura, quando facilmente arranjaria as assinaturas necessárias à formalização da candidatura.

Quem me parece que, secretamente, também deve ter cantado vitória é José Sócrates… Senão, vejamos: no primeiro mês em que os funcionários públicos vêem os salários e pensões reduzidos, quem paga a factura é um dos seus maiores incómodos dentro do PS que, ademais, fica definitivamente debilitado, pois sofre segunda “goleada” seguida e nem sequer tem o palco parlamentar para se perpetuar, como fez durante anos. Para além disso, creio que o nosso Premier terá na mente que Cavaco Silva apenas o demitirá se a sua permanência começar a prejudicar a imagem presidencial. Cavaco Silva nunca fez favores ao PSD (Fernando Nogueira sabe-o o bem) e sentiria menor margem de intervenção se o Governo adquirisse matizes alaranjados.

Pedro Passos Coelho, esse, passou com distinção mais um teste, não ficando a dever o que quer que seja a Cavaco Silva, como, suspeito, não quererá ficar a dever a quase certa chegada a São Bento.

De saída, registar que Mário Soares voltou a ficar em terceiro lugar. Ou ainda é daqueles que acredita que a candidatura de Fernando Nobre foi espontânea?!…

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