Imagens cedidas pela Rádio Condestável
Em parte da vila da Sertã e nas freguesias vizinhas de Palhais e Troviscal a população passou a noite a rezar para que não chovesse e a reconstruir telhados e está a limpar as ruas desde as primeiras horas da manhã.
Por entre o Sol que espreita, Maria Martins ainda chora quando recorda a hora em que o tornado lhe passou à porta do café, onde havia algumas clientes.
“Começámos a ver o reclame a arrancar e as mesas e cadeiras da esplanada a desfazerem-se no ar. Agarrámo-nos logo à porta para ela não abrir”, descreveu à Agência Lusa.
De um momento para o outro, “foi ver as coisas na rua a voar e os carros levantarem-se. O meu só parou aqui à porta, com os vidros partidos.
“Estávamos em pânico, sublinhou, referindo que, “se tivesse saído naquele momento, como pensei fazer para agarrar as mesas e cadeiras, acho que tinha desaparecido”.
A manhã é de limpezas em toda a rua, rodeada de pinheiros caídos por todo o lado e onde oleados ocupam temporariamente o lugar das telhas.
Luís Rodrigues ajuda desde manhã cedo o filho a reconstruir o telhado da moradia onde vive com a mulher e o filho e que estava no caminho do tornado.
“Só nos conseguiram disponibilizar duas paletes de telhas, vamos tapar o essencial”, descreveu à Agência Lusa.
“Aquilo metia muito medo”, referiu, ao descrever o tornado. “Houve uma trovoada, barulho de vento e formou-se uma nuvem com muito pó que levava tudo atrás”.
O contorno de um tornado “era facilmente reconhecível”, referiu José Carlos Martins, que ajudava à limpeza de uma das ruas.
Na hora da intempérie passava no centro da vila e garante que, “para quem já viu documentários na televisão, de imediato se percebia que era um tornado”.
Luís Rodrigues, de 67 anos, sempre viveu na Sertã, até já teve a casa inundada por viver perto da ribeira, mas garante que “por aqui, nunca se viu nada assim”.