O bacalhau mais caro do mercado – com preços de 18 euros por quilo e com um peso por peça a rondar os nove quilos – já se vendeu praticamente todo. Como é mais grosso do que o corrente, é procurado pelos consumidores com alguns dias de antecedência em relação à noite da Consoada, atendendo a que é necessário assegurar o tempo de demolha.
Sendo a tradição gastronómica mais enraizada como prato principal nas mesas portuguesas, não regista grande quebra de consumo nesta época, embora o volume de vendas anual tenha registada uma quebra acentuada ao longo da última década: de 5,6 quilos por português passou-se para 3,6 quilos. Há também uma alteração nos hábitos de consumo, com o bacalhau salgado (que ainda representa 80 por cento) a ser lentamente substituído pelo demolhado e embalado.
Irídia Neves, comerciante do ramo há 32 anos, com uma loja especializada no mercado D. Pedro V, em Coimbra, garante que “para a Consoada ninguém compra bacalhau demolhado, isso é só no verão”. A vendedora sublinha que “nesta época o cliente escolhe do bom, que tem de ficar a demolhar dois ou mais dias”. Irídia vendeu 200 bacalhaus, com oito a dez quilos cada um, mais umas “boas centenas dos mais baratos”. Mesmo assim, menos do que no ano passado, porque “os clientes vão às grandes superfícies que são badaladas na televisão”.