Alma de Coimbra (en)canta no Conservatório

Spread the love

O convite para assistir ao concerto do “Alma de Coimbra” foi formulado no concerto e palestra comemorativos do 25.º aniversário dos Antigos Tunos da Universidade de Coimbra, realizado no ACM, evento em que tivemos, também, responsabilidade e acção, porque sugerimos no jornal “As Beiras” a efectivação de algo, em Coimbra, que comemorasse o bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano, a quem a cidade e a região tanto devem, atendendo ao que fez pela sua História e património monumental e documental. As entidades oficiais, Câmara Municipal e Universidade, que saibamos, olvidaram até hoje essa justa comemoração e os Antigos Tunos ofereceram ao incontornável historiador (tem outros exemplares atributos) o lugar de honra nas suas Bodas de Prata. E deram exemplo de gratidão sem serem profissionais.

Assim, na passada sexta-feira, dia 16, trocámos o conforto do sofá, enfrentámos o frio intenso e instalámo-nos, confortavelmente, no extraordinário auditório do Conservatório de Música (deve(ia) chamar-se de Carlos Seixas, conforme proposta que apresentámos e foi aprovada, por unanimidade, no Executivo camarário por ocasião das comemorações do tricentenário do nascimento do mundial compositor conimbricense) para partilhar o espectacular concerto do “Alma de Coimbra”, dirigido pelo Maestro e fundador do Coro, Augusto Mesquita.

O auditório, quase repleto de assistentes, forma, actualmente, um lugar magnífico para actividades culturais e semelhantes na cidade de Coimbra. Espaçoso, confortável, possuindo excelente acústica e dotado de adequado equipamento musical e sonoro, permitiu que o Coro tivesse um privilegiado salão para apresentar o seu primeiro CD, intitulado “Alma”. Um disco com 15 composições, exclusivamente composto por criações de poetas, autores e intérpretes portugueses ou de língua portuguesa, quer do país ou além-fronteiras.

Trinta coralistas, divididos em tenores, barítonos e baixos, acompanhados por piano, contrabaixo, trompete, violino e percussão, mais guitarra e viola, proporcionaram ao público um soberbo concerto que o empolgou nos cerca de noventa minutos que durou a actuação. É que a qualidade artístico/musical dos coralistas na execução do reportório provocou os mais diferentes sentimentos e emoções, numa simbiose entre o palco e a plateia, uma espécie de abraço em que o coração e a alma se fundiram e subiram aos mais recônditos lugares do ser humano e do universo celestial.

Aliás, os aplausos calorosos dos espectadores “obrigaram” o Coro a oferecer mais três momentos de beleza musical, testemunhando a brilhante actuação que tivera naquela noite. O Coro revelou enorme talento, harmonia, sonoridade, ritmo e vozes timbradas, cristalinas, quer no individual, quer no colectivo. O maestro mostrou o trabalho que tem produzido e evidenciou na actuação o sublime e a beleza de ouvir boa música. Sublinhamos, por isso, a “Romagem à Lapa”, a “Senhora do Livramento” e “Os Olhos Negros”, que se encadearam, em pleno, no grupo romântico e de saudade “Sôdade”, “Amália” e “Depois do Adeus”, a que se juntaram “Lágrima”, “Fado Português”, “Menina estás à janela”, Avé Maria” e outras de extraordinária fragância sentimental, como as composições de Carlos Paredes.

Concluímos este apontamento sobre o “Alma de Coimbra”, criado há quatro anos e alguns meses, com actuações no país e no estrangeiro (India, Timor, Japão, Estados Unidos, Checoslováquia e outros países) e constituído por antigos alunos da Universidade de Coimbra, afirmando que apostaram num projecto grandioso para servir a cultura portuguesa no quadro dos valores essenciais da Lusofonia. Parabéns.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.