A saída do Dr. Carlos Encarnação da presidência da Câmara Municipal de Coimbra é uma perda para o município, bem como para toda a sua região.

Os seus mandatos comprovam uma obra autárquica de inquestionável valor, que transformaram a cidade e o concelho, nos quais se destacam a reestruturação da rede rodoviária local, a consecução do novo Hospital Pediátrico, a fundação do Coimbra Inovação Parque, o lançamento das obras do Convento de São Francisco, a reabilitação dos equipamentos escolares, a requalificação das frentes ribeirinhas, a construção do Centro Educativo, a construção da Casa da Escrita, a expansão dos serviços de saneamento pelo território concelhio, o reforço de um amplo leque de apoios e prestações sociais, entre outras.

Ao contrário do passado, nomeadamente nos mandatos dirigidos pelo Partido Socialista, os mandatos do Dr. Encarnação pautaram-se pela seriedade e moralidade política, sem a obsessão autoritária de controlar todas as dinâmicas no município. Longe vão os tempos em que o PS se enclausurava na Praça 8 de Maio e mantinha a câmara divorciada da cidade.

Todavia, a maior transformação assinalada pelo Dr. Carlos Encarnação foi na frontalidade com que assumiu o combate político às afrontas a Coimbra, designadamente por parte da Administração Central. Nunca nenhum presidente da Câmara se revelou tão acutilante e determinado em denunciar e combater as desfeitas a Coimbra.

Porém, também nunca nenhum governo cometeu tantas injúrias a Coimbra como o actual governo socialista. O rol de atropelos é bem conhecido: suspensão do projecto do Metro Mondego, arrastamento das obras do Hospital Pediátrico, retirada de inúmeras delegações regionais para outros municípios, imposição da co-incineração em Coimbra, atribuição da candidatura de capital europeia da cultura a Guimarães, suspensão de obras rodoviárias estruturantes, diminuição das verbas destinadas a projectos de dimensão regional e nacional, entre outras.

Mais do que defender a dignidade e os interesses dos cidadãos de Coimbra, o Dr. Encarnação procurou sempre defender uma visão de maior justiça política para Portugal. Mais concretamente, procurou romper com a lógica dicotómica do poder de Lisboa e Porto. Todavia, há muito que se compreendeu que o Partido Socialista convive dificilmente com a partilha e descentralização do poder político. O arrojo político do Dr. Encarnação não teve o acolhimento merecido junto do governo socialista. Pelo contrário, as legítimas aspirações de Coimbra foram retribuídas com uma nova agressão pelo Governo e que culminou na liquidação do projecto Metro Mondego tal como o conhecemos.

Novamente, o Dr. Encarnação demonstrou como se diferencia do PS local. Entregou a sua renúncia ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Em vez de conviver com as continuadas injúrias e afiançar os seus interesses políticos pessoais, o Dr. Encarnação evidenciou a coragem política que tem faltado a outros.

O Dr. Encarnação deu voz e materializou o sentimento dos cidadãos de Coimbra que não podem expressar-se tão arrojadamente. Estamos confiantes que os conimbricenses mostrarão um inequívoco sinal de apoio á coragem do Dr. Encarnação ao contribuírem para remover o Partido Socialista do Governo nas próximas eleições legislativas.

Estas razões levam-nos a repudiar veementes as declarações públicas proferidas pela estrutura local do PS. O tom e conteúdo das mesmas revelam a tremenda carência de ideais políticas na concelhia do PS Coimbra. O verberam do PS local denuncia a incapacidade para debater as questões políticas com a dignidade que se lhes exigem, contribuindo assim para o desgaste da vida política. A inépcia política do PS de Coimbra só é comparável à sua inconsequência e irrelevância junto das estruturas nacionais do Partido. Onde têm estado? O que têm feito? Que lutas travaram e venceram em Lisboa para Coimbra e os seus cidadãos nos últimos anos?

Suscitar a legitimidade da substituição do Dr. Encarnação só demonstra a ignorância relativamente ao enquadramento legal nacional, bem como a falta de escrúpulos de um Partido cujos vereadores têm recorrido sistematicamente à renúncia de mandato.

Face do exposto, manifestamos o seu leal agradecimento ao Dr. Encarnação, aplaudindo o seu notável desempenho como presidente da Câmara de Coimbra, bem como a coragem e frontalidade política que demonstrou na defesa de Coimbra e dos seus cidadãos. O PSD Coimbra está-lhe grato por poder apoiar e conviver com quem sabe demonstrar coragem e integridade na acção política.

A comissão política manifesta igualmente toda a confiança e apoio político e pessoal ao Dr. João Paulo Barbosa de Melo e ao restante executivo. O desempenho do Dr. Barbosa de Melo como vice-presidente e a sua condução de pelouros de elevada complexidade e relevância já testemunharam as qualidades políticas e humanas. O Dr. Barbosa de Melo e a sua equipa contam com o apoio sereno e firme que esta comissão política sempre demonstrou aos seus autarcas na defesa dos interesses de Coimbra.