A frase

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Governar um país deve constituir uma grande honra para qualquer político. Evidentemente que governar em tempos difíceis se torna mais complexo porque é necessário envolver as pessoas, convocá-las para a missão e explicar-lhes os objectivos finais. Ou seja, em tempos difíceis, é importante que tenhamos governantes especiais, ou, escrito de outra forma, governantes que administrem com as pessoas em lugar de administrarem contra as pessoas.

É muito mais exigente mas deverá ser um enorme desafio para quem governa e para quem é governado.

Em Portugal, vivemos momentos que deverão ser enfrentados com muita competência e realismo. Naturalmente que implica uma postura governativa de grande seriedade, depurada de demagogia e preocupada com os assuntos centrais do país. Depois dos desvarios de verão sobre o estado social, do descontrolo das contas públicas que levou à discussão do orçamento para 2011, do banho de humildade que o nosso querido governo levou em Bruxelas, soubemos que, depois deste intervalo forçado, voltámos à linha da frente.

Na realidade, depois de tantas más notícias, apressei–me a tentar perceber o que, finalmente, corria bem em Portugal. Percebi que, segundo as palavras do primeiro-ministro de Portugal, estávamos na linha da frente da consolidação orçamental. Impressionante, disse para os meus botões. Um mês e meio depois de ter colocado na gaveta “o tal estado social”, porque, disse ele, as contas públicas tinham resvalado e era preciso colocar a casa em ordem (para que ninguém se esqueça, a casa é governada por ele há 6 anos…), voltávamos a ser campeões, não do crescimento económico, como em Maio, mas da consolidação orçamental.

Deveremos ficar felizes, dirá o meu caro leitor. Será? Pergunto eu, desconfiado com tantas boas notícias que deram em tanta desgraça, nos últimos anos. Na realidade, os portugueses não precisam de perceber que “estão na linha da frente”, precisam simplesmente de ter confiança em quem os governa, para poderem realizar a sua parte, nesta convocatória geral de MUDAR Portugal.

Eu não me sinto governado. Sinto que o que vamos fazendo é a adaptação das necessidades impostas pelas entidades internacionais. Este é um enorme problema político. Governar bem implica governar com vocação e com estratégia, ao invés de se afirmar uma coisa no verão e o seu contrário, alguns meses depois, como vamos todos observando. Por outras palavras, governar implica saber o que se irá fazer a prazo, o que manifestamente não se passa em Portugal.

A frase de que vos queria falar é de Alexandre Herculano, um dos intransigentes defensores da descentralização do Estado e da governação do território. A frase diz-nos, de uma forma muito simples, aquilo que todos vamos sentido, mais de 150 anos depois.

As reformas não deveriam ser realizadas reagindo aos males públicos. Eu acredito muito que Portugal e os Portugueses, a partir de um destes anos, possam ser governados por pessoas diferentes e por um líder que saiba que País nos quer deixar daqui a 10 anos.

Sinto que o Dr. Pedro Passos Coelho tem essa fibra na sua personalidade e tem essa estratégia no seu pensamento. Aqui entre nós, é esta a minha última esperança e me faz pensar que estar na política ainda poderá valer a pena.

Agora, finalmente, a frase: “É o progresso das ideias que traz as reformas, e não o progresso dos males públicos que as torna inevitáveis”.

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