O líder social-democrata afirma ainda que Carlos Encarnação não o informou que ia sair da câmara, decisão política que considera prematura.
P- Vai recandidatar-se à Distrital de Coimbra do PSD?
R- São três as metas que tracei para mim, e este conjunto de valores e a apreciação que faço em relação ao momento político e a esta Distrital devem merecer uma posição de afastamento em relação à corrida da liderança da Distrital de Coimbra do PSD.
P- Os seus vice-presidentes Nuno Encarnação e Lídio Lopes manifestaram apoio público a Marcelo Nuno antes de você dizer que não se recandidatava…
R- Não conheço as razões objetivas ou políticas pelas quais eles tomaram essa opção. Apenas me deram conhecimento, um por SMS (mensagem de telemóvel) e o outro por uma pergunta feita no dia em que ia anunciar o seu apoio. Para o cidadão comum, não é fácil entender que há dois anos nos viu numa disputa em que, nos dois casos que citou, foram frontal e publicamente contestatários de uma opção alternativa à nossa (Marcelo Nuno) e virem, passado um ano e alguns meses, manifestar-lhe o seu apoio.
P- É João Orvalho que vai disputar as eleições com Marcelo Nuno, com o seu apoio e o de Jaime Soares?
R- Não sendo candidato, não me vou deixar influenciar ou influenciar outras candidaturas. Se houver alternativas, julgo que o partido não perde. O importante é que o futuro presidente siga o exemplo do atual líder nacional do partido, que chamou para o seu lado os dois homens que entraram na disputa eleitoral contra ele.
P- Estava à espera que o PS ganhasse na Figueira da Foz?
R- Se me tivessem pedido para fazer um prognóstico, como fazem nos jogos de futebol, diria que íamos ganhar por 1-0, mas a vontade dos figueirenses não apontou nesse sentido. Houve fatores que contribuíram para a derrota…
P- Quais?
R- Em primeira instância, o exercício do mandato, que ficou aquém das expectativas. No conjunto, a equipa não funcionou. Dificilmente o PSD terá futuro na Figueira da Foz se apresentar soluções do passado. A Figueira precisa, urgentemente, de renovar os seus quadros.
P- Carlos Encarnação disse-lhe que ia deixar a presidência da Câmara de Coimbra?
R- Do ponto de vista factual, fui surpreendido. Sobre decisões de ordem pessoal, não vou comentar. Entendo que, a não existirem razões fortes de ordem pessoal, a decisão pode ser sustentada pela falta de solidariedade nacional para com Coimbra. Do ponto de vista político puro, ao fim de um ano de mandato, julgo que a saída dele é prematura.
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra em www.asbeiras.pt , a partir das 19H30 de hoje, e no programa “Clube Privado” da Foz do Mondego Rádio (99.1FM), às 19H00 de sexta e sábado e às 22H00 de domingo.