“Já há muitos anos que não se assistia a uma mudança política tão grande”, disse, ao DIÁRIO AS BEIRAS, Miguel Portugal, presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra (DG-AAC).
Os partidos da oposição no Parlamento aprovaram ontem, na generalidade, um projeto de lei do CDS-PP que retira as bolsas de estudo e de formação da verificação da condição de recursos. PSD, CDS-PP, BE, PCP e PEV votaram a favor, que obteve os votos contra do PS, e vai agora ser discutido, na especialidade, na Comissão de Educação e Ciência. Com a retirada das bolsas de estudo do Ensino Superior do decreto-lei 70/2010, a DG-AAC conseguiu “uma vitória histórica”. “Conseguimos que as nossas reivindicações fossem ouvidas”, disse Miguel Portugal.
Os cortes nas bolsas atribuídas aos alunos do ensino superior foram, aliás, um dos principais motivos da manifestação que se realizou no passado mês de Novembro. A ação de protesto – recorde-se – foi convocada pela DG-AAC e teve a adesão de outras associações estudantis. O Decreto-Lei 70/2010 redefinia as condições de acesso aos apoios sociais e levaria, segundo o dirigente, “milhares de estudantes a saírem do ensino superior, por não terem acesso a bolsa de estudo”. O contexto atual de contenção gerou a reformulação das condições de acesso às bolsas. No entanto, segundo Miguel Portugal, “a poupança não pode ser feita junto dos que mais precisam”.
“O sistema era totalmente injusto”, asseverou.