Trabalhadores de hipermercados contra domingos à tarde e feriados

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Uma delegação de trabalhadores de dois dos três hipermercados de Coimbra entregaram hoje ao presidente da câmara um abaixo-assinado manifestando-se “contra o funcionamento” destes estabelecimentos nas tardes de domingo e feriados.

A petição é subscrita por “mais de metade dos cerca de 500 trabalhadores” daquelas grandes superfícies, mas, “a recolha de assinaturas vai continuar nestas duas áreas comerciais e vai ser alargada ao terceiro hipermercado da cidade”, disse Andreia Araújo.

“Quisemos aproveitar o dia da greve geral para entregar o abaixo-assinado à câmara”, apesar de ainda faltarem trabalhadores que o “querem subscrever”, acrescentou Andreia Araújo, que integrou aquela delegação e é dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

“Na lógica estrita do consumidor, pode entender-se a abertura das grandes superfícies” para além das 13H00 aos domingos e feriados, mas “está em causa uma questão de fundo, que tem a ver essencialmente com o tipo de sociedade que queremos”, afirma Andreia Araújo. Além disso, acrescenta, “os hipermercados já estão abertos, nos restantes dias, até à 23H00”, não fazendo sentido o argumento que “os consumidores não têm tempo para fazer compras”.

Este tipo de estabelecimentos “em Espanha e França, por exemplo, fecham mais cedo e encerram aos domingos e feriados”, sublinha a dirigente sindical. O documento entregue ao presidente da câmara, Carlos Encarnação, é subscrito por trabalhadores do Jumbo, que funciona no centro comercial Dolce Vita, e do Continente, instalado no Coimbra Shopping. “O abaixo-assinado vai também ser distribuído pelos trabalhadores” do outro hipermercado que o grupo Sonae possui na cidade, no centro comercial Fórum Coimbra.

Segundo Carlos Encarnação, a câmara “respeita, naturalmente, todas as posições sobre esta matéria”. No entanto, de acordocom o presidente da autarquia, mantém-se a intenção de submeter a “referendo local o horário de funcionamento das grandes superfícies”.

Entretanto, recorda Carlos Encarnação, a câmara continua a ouvir os diferentes parceiros, desde sindicatos do setor a associações empresariais e será com base nesta auscultação que o executivo fará, à Assembleia Municipal (AM), uma proposta de realização de um referendo local sobre esta questão.

Em 06 de outubro, a AM de Coimbra aprovou uma moção contrária à realização do referendo. A moção, então aprovada por 33 votos (eleitos pelo PS, CDU e BE) contra 30 (PSD, CDS e PPM), sustenta que o executivo camarário, pela “proximidade da comunidade que administra, e após reunir com as associações do setor em questão, estará em condições de decidir sobre o assunto”.

Embora os eleitos da coligação PSD/CDS/PPM estejam em maioria naquele órgão, aquela moção foi aprovada, pois, na altura da votação, esta coligação estava em minoria.

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