Moradores dos blocos de apartamentos que deslizaram vários centímetros numa urbanização de Pereira do Campo, Montemor-o-Velho, alegam que, apesar das intervenções técnicas no local, os prédios continuam a deslizar e temem pela sua segurança. “Temos marcas visuais que eles próprios [a Proteção Civil] colocam que comprovam que isto, pouco ou muito, está a alterar. O que se passa nos solos, se está oco, se não está, não sabemos e ninguém nos diz”, afirmou à agência Lusa Pedro Pires, um dos moradores.
Na passada semana foram detetadas fissuras e desníveis em dois blocos habitacionais, alegadamente provocados por um deslizamento de terras no subsolo.
Dois edifícios de construção recente afastaram-se dos adjacentes vários centímetros, existindo ainda fendas em garagens e passeios da urbanização, constatou a Lusa no local.
Na segunda-feira, após uma reunião técnica e de segurança, que juntou diversas entidades na autarquia de Montemor-o-Velho foi decidido proceder-se à “consolidação” de um talude adjacente à base dos prédios em causa, local onde decorria uma obra de uma unidade de cuidados continuados de saúde, entretanto embargada, por questões de segurança.
O talude “está numa situação instável” e “está a provocar a deslocação dos edifícios”, assumiu, na altura, o vereador Abel Girão.
No entanto, o vereador não estabeleceu uma relação direta de causa/efeito entre a obra e a deslocação dos edifícios, embora admita que a remoção de terras e as chuvas terão “agravado” a situação.