Elas fumam mais e pedem menos ajuda

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A prevalência de fumadores com mais de 15 anos ronda os 12,7 por cento na região Centro. Os dados, da Direção-Geral de Saúde, dão conta de um aumento do consumo de tabaco entre as mulheres com menos de 25 anos.

No entanto, no Dia Nacional do Não Fumador, que se assinala hoje, importa referir que, com base nas estatísticas existentes, parece haver uma diminuição da prevalência dos fumadores em Portugal, embora seja uma tendência que avança “muito lentamente”.

O que continua a preocupar as entidades de saúde é a evolução do número de mulheres que começam a fumar cada vez mais cedo. Mais preocupante é o facto de a grande maioria dos fumadores – cerca 70 por cento – que procuram apoio para deixar de fumar na consulta de Desabituação Tabágica do Hospital Geral do Centro Hospitalar de Coimbra, serem homens.

De acordo com Ana Figueiredo, médica responsável pela consulta, “o número de ex-fumadores tem vindo a aumentar, enquanto que os fumadores têm vindo a diminuir”. Os motivos estarão relacionados com a lei que impede o tabagismo nos locais de trabalho e nos locais públicos, além das questões económicas.

As doenças associadas ao tabaco ou o medo de poder vir a desenvolvê-las são outros dos motivos pelos quais os fumadores querem largar o vício. “É importante ter a noção que uma pessoa pode fumar durante 30 a 40 anos sem ter sintomas”, alerta Ana Figueiredo.

A preocupação é partilhada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP). “As mulheres estão a fumar cada vez mais e cada vez mais cedo. Daqui a 20, 30 anos teremos casos de cancro de pulmão e de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)”, adverte Carlos Robalo Cordeiro.

É, por isso, fundamental prevenir e estar atento aos efeitos do tabagismo que se vão “acumulando, silenciosamente ao longo dos anos”.

Curiosamente, hoje assinala-se também o Dia Mundial da DPOC. “É interessante que estes dias tenham coincidido porque é uma forma de relacionar o hábito tabágico com a sua maior consequência”, salienta o presidente da SPP.

As vantagens de apagar para sempre o cigarro são imensas. De acordo com o Ministério da Saúde, parar de fumar diminui o risco de morte prematura. Os ex-fumadores vivem em média mais anos do que os fumadores e reduzem o risco de virem a sofrer de uma doença cardiovascular, de cancro ou de doenças respiratórias graves e incapacitantes.

EX-FUMADORES
Os bons exemplos

Jaime Ramos, médico, era um fumador inveterado. No dia em que, na qualidade de deputado do PSD, apresentou o primeiro projeto-lei de prevenção ao tabagismo na Assembleia da República, não pegou num cigarro. O projeto acabaria por ser aprovado por unanimidade, mas o presidente da Fundação ADFP só deixaria de fumar 10 anos depois.
Este é apenas um, entre muitos bons exemplos que o DIÁRIO AS BEIRAS destaca hoje, na primeira página. Afinal, parar definitivamente de fumar exige uma grande força de vontade e alguma dose coragem.
Ficam os nomes: Virgílio Caseiro (maestro), Marta Brinca (médica), Emídio Guerreiro (deputado), Carlos Encarnação (presidente da Câmara de Coimbra), Jaime Ramos, Cristina Robalo Cordeiro (vice-reitora da Universidade de Coimbra), Luís Providência (vereador da Câmara de Coimbra), Fernando Guerra (pró-reitor), António Arnaut (advogado e “pai” do SNS), Sansão Coelho (jornalista e professor), Carlos Ferreira (chefe de Gabinete da presidência da Câmara de Miranda do Corvo), Helena Freitas (bióloga), Luís Santarino (funcionário público), Mário Silva (pintor) e Jorge Gouveia Monteiro (administrador dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra).

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