Bastonário recebeu 46.000 euros na formação

A entrevista de António Marinho Pinto ao DIÁRIO AS BEIRAS deixou indignado o presidente do Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados. Carlos Ferrer referiu que é “completamente mentira” o facto do conselho distrital de Coimbra ser “uma agência de emprego”. “Nenhum dos funcionários é familiar de qualquer membro dos órgãos”, frisou. O responsável apenas entende este tipo de declarações como “mais um dos ataques gratuitos” que o bastonário tem dirigido nos últimos tempos aos conselhos distritais e, principalmente, ao de Coimbra.

Referências que, na entrevista ao DIÁRIO AS BEIRAS, prosseguiram ao acusar o órgão distrital de “asfixiar” financeiramente as delegações. “Mais uma vez, é completamente falso”, disse, solicitando que se pergunte às delegações “se alguma vez lhe negámos dinheiro para qualquer das iniciativas que eles pretendessem realizar”.

Carlos Ferrer lamenta que o bastonário use o tema das verbas pagas aos formadores “para enganar as pessoas”. E contra-ataca: “o dr. Marinho Pinto já aprovou uma alteração na área da formação mas, curiosamente, não alterou o valor/hora pago a cada formador”.

O presidente do conselho distrital lamenta, ainda, que o bastonário chame “negócio” à formação dada pela ordem. Ainda mais quando “entre 2000 e 2003 Marinho Pinto foi patrono formador e nesse período recebeu 46.000 euros. Que eu saiba, nessa altura em que já havia massificação da profissão, nunca critou o dito negócio da formação”. Carlos Ferrer aproveita para explicar as razões que ditaram a saída de Marinho Pinto em 2003 como patrono formador. Segundo o atual responsável, “ele (Marinho Pinto) saiu, como todos os patronos formadores saíram, porque o Ministério da Justiça deixou de assegurar o seu pagamento. E, por isso mesmo, os contratos foram rescindidos com todos. Se não for verdade, o dr. Marinho Pinto que diga qual/quais os patronos que se mantiveram após a sua saída”.

Quanto à falta de dinheiro do Conselho Geral, referida na parte final da entrevista, o presidente do conselho distrital estranha tal afirmação quando o próprio bastonário propôs, numa reunião com todos os atuais candidatos a bastonário, propôs que a ordem atribuísse a cada uma das candidaturas uma comparticipação de 10.000 euros, a qual foi imediatamente recusada por Fragoso Marques e Luís Carvalho”.

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