A universidade de Coimbra com os direitos humanos

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A luta do povo saaraui (Saara Ocidental) pela independência dura há tanto tempo quanto a anexação marroquina da antiga colónia espanhola.

Assumida pela Frente Polisário, a luta conhece hoje uma personagem toda feita de dignidade e coragem. Aminatu Haidar, a mulher que voltou a apresentar ao mundo a luta do seu povo quando, há um ano, se manifestou em greve de fome no Aeroporto de Lanzarote, foi ontem distinguida em Coimbra.

E foi no espaço magnífico da Biblioteca Joanina que, ontem, Aminatu Haidar recebeu das mãos do reitor Fernando Seabra Santos a Medalha da Universidade de Coimbra, uma das suas duas distinções – com o doutoramento honoris causa – e símbolo de valores “nos quais a universidade não pode deixar de se rever” e de que são exemplo, no caso presente, “a liberdade e dignidade humanas, a resistência por meios pacíficos e o direito a escolher o próprio destino”.

Que Espanha seja o que Portugal foi para Timor

Atribuída pelo reitor, após consulta do Senado e no seguimento de uma proposta feita pela Faculdade de Economia, como reconheceu ontem Seabra Santos, a cerimónia de entrega da Medalha da Universidade de Coimbra a Aminatu Haidar coincidiu com mais um episódio trágico na história já longa da luta pela independência do território anexado por Marrocos em 1975.

De uma operação das forças de segurança marroquinas para o desmantelamento de um acampamento saaraui em Gadaim Izik, segunda-feira, perto de El Aaiun (capital do Saara Ocidental), resultaram “centenas de detidos e desaparecidos, dezenas de feridos e, pelo menos, um morto civil”, como confirmou ontem Aminatu Haidar.

Em declarações aos jornalistas portugueses, a que se juntou em Coimbra uma televisão da Galiza, a defensora dos direitos humanos e figura maior da luta do povo saaraui pela independência, disse esperar de Espanha o mesmo papel que Portugal desempenhou na “autodeterminação do povo de Timor-Leste”.

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