Trabalhadores da Ceres vendem terreno e fábrica por oito milhões

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Foto de Luís Carregã

Os trabalhadores da falida cerâmica Ceres, em Coimbra, aprovaram hoje (22) uma avaliação de oito milhões de euros para a venda do terreno e instalações da fábrica, revelou fonte sindical.

Reunidos em plenário, os trabalhadores concluíram que aquele valor é adequado para a venda do terreno, com 70 mil metros quadrados, e dos pavilhões onde a fábrica funcionava, e vão defendê-lo na comissão de credores.

“É uma boa área, um terreno plano, com uma boa localização”, disse o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica do Centro, Jorge Vicente, no final do plenário.

Entretanto, em meados do próximo mês deverá estar concluído um relatório sobre o património da cerâmica, encomendado pela comissão de credores a um arquiteto, adiantou o dirigente sindical à agência Lusa.

De acordo com Jorge Vicente, o recheio da fábrica foi vendido por 270 mil euros.

A empresa tem dívidas superiores a 14 milhões de euros e os trabalhadores têm créditos de cerca de cinco milhões de euros.

No plenário, foi também decidido apresentar recurso da decisão do Tribunal do Trabalho de reconhecer a dois administradores da Ceres, que representavam 81 por cento da empresa, o estatuto de trabalhadores e que assim reclamam indemnizações de 450 mil euros.

“Lamentamos, vem atrasar o processo de falência”, criticou o sindicalista.

Ficou marcado um novo plenário para dia 29 de novembro.

De acordo com Jorge Vicente, neste momento “há um conjunto de trabalhadores a quem já foi cortado o subsídio social de desemprego” e, em abril próximo, serão mais de cem os que ficam sem qualquer prestação, situação que considerou preocupante.

A Ceres retomou a laboração no ano passado, mas falhou o plano de recuperação extrajudicial, acordado com os principais credores, tendo cessado a produção em dezembro de 2009.

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