Quando Rosalina Pedrosa nasceu, S. Pedro ainda não imaginava que, 75 anos depois, conquistaria a independência, ao desvincular-se de Lavos e constituir-se como freguesia. Foi no tempo em que a própria república era ainda uma recém-nascida, com apenas 18 dias. No próximo dia 23, Rosalina Pedrosa completa um século de vida.
Natural de Vale Vendeiro, Paião, vive atualmente na Gala. “Já foi há tantos anos” ou “já não sei o que comi ontem” são as frases que mais dirige a quem a questiona sobre recordações dos seus 100 anos de vida. A memória da centenária já falha mas a energia, essa, continua bem viva, contagiando o Centro Paroquial Social e Cultural de S. Pedro, onde passa uma boa parte dos seus dias.
Durante a semana, é no Centro de Dia que ocupa o seu tempo, almoça e trata da sua higiene pessoal. Quando lhe perguntam se gosta de ali estar, abana a cabeça em sinal afirmativo e passa a mão pela face das funcionárias que a rodeiam. Contudo, mesmo ali, prefere o seu próprio espaço. Não é de grandes conversas mas não perde a oportunidade de animar o local com as suas cantorias. Aí, a memória não falha.
Gosta de ir cedo para casa, onde vive sozinha, deitar-se na cama. Outra coisa em que não é atraiçoada pela memória: sabe que o lar que a espera se encontra no número oito da Travessa da Figueira. Aos sábados, são os técnicos do Centro de Dia que se deslocam a esta morada.
Centro paroquial foi fundado em 1988
Rosalina Pedrosa é viúva e teve três filhos. Um deles já faleceu e os outros dois, de 74 e 76 anos, residem em Lavos e Gala. Quanto ao marido, diz que era carpinteiro e “fazia tudo”. No que diz respeito ao ofício que preencheu a sua vida, a memória já se mostra mais “nublada”. Que ceifava milho, isso parece certo.
Há dois anos, pelos cuidados de que necessitava, foi encaminhada para o Centro de Dia. O mesmo que, no dia 23, lhe vai organizar uma festa de aniversário para que celebre, com utentes, funcionários e familiares, o seu século de vida. A centenária vai ainda ser presenteada com a animação de Mariana Imaginário.
O Centro Paroquial Social e Cultural de S. Pedro foi fundado a 25 de junho de 1988, graças ao apoio financeiro de Lourenço Ferreira, esposa e filhos, do Centro Regional da Segurança Social e dos emigrantes e comunidade da freguesia. A 31 de janeiro de 1993 foi inaugurado por D. João Alves, à data bispo de Coimbra. Acolhe, atualmente, 20 utentes no Centro de Dia, presta apoio domiciliário a 10 e conta ainda com 26 crianças no ATL.