A exemplo do resto do país, também a Figueira da Foz assinalou, ontem, o I Centenário da Implantação da República. Numa cidade que “sempre se afirmou ao lado da liberdade”, o presidente da câmara, lembrando os tempos difíceis que se vivem, aproveitou a ocasião para lançar um apelo à participação ativa dos cidadãos na “Respublica”. A “coisa pública”, que “é de todos e não só de castas”, frisou João Ataíde.
“Participem com espírito de cidadania”. A mensagem, seguida pelo esvoaçar das asas de uma pomba branca, serviu de ponto de partida às comemorações levadas a cabo pelo município, no Museu Municipal. Este, recorde-se, que também está a comemorar o centenário da morte do seu patrono, Santos Rocha, assim como o centenário da Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás.
“Rostos da I República” e “Sinais da República Nas Nossas Coleções” foram as exposições que ontem abriram as portas naquele espaço. Dão a conhecer algumas das personalidades nacionais e locais ligadas à república e que se distinguiram pela defesa dos seus ideários, assim como esculturas, pinturas, medalhas ou bordados, de onde emanam histórias centenárias.
Também a exposição “Letras e Cores, Ideias e Autores da República”, da Direção Geral do Livro, inaugurou na Biblioteca Municipal, seguindo-se um concerto, no Centro de Artes e Espetáculos, pela Filarmónica de Carvalhais. “A programação vai ao encontro daquilo que queremos fazer do ponto de vista cultural: relembrar o evento histórico e os valores essenciais da república”, disse ao DIÁRIO AS BEIRAS o vereador da Cultura.
“Fugindo” às tradicionais sessões solenes, o município, afirma António Tavares, “assinala a efeméride com dignidade”. Mas as comemorações não se esgotaram ontem. Pela biblioteca, vão ainda passar, até novembro, os escritores José Fanha e Francisco Moita Flores e os catedráticos Fernando Rosas e José Luís Cardoso.
República proclamada no Sottomayor
Foi, porém, no Palácio Sottomayor que o 5 de outubro começou a ser comemorado. Mais uma vez, alunos e professores da Escola Secundária Joaquim de Carvalho trajaram-se a rigor e reconstituíram o momento da proclamação da república. Dezenas de pessoas juntaram-se nos jardins do palácio, para ouvir a reconstituição do discurso que marcou o final da monarquia no país, escrito e interpretado por Xavier Rodrigues e Rui Liceia, respetivamente.