O procurador entregou ontem um requerimento junto do coletivo de juízes a solicitar o envio, por parte das Finanças, dos donativos entregues à Académica entre os anos de 2002 e 2007. De acordo com José Luís Trindade, estes são “elementos probatórios importantes” para a acusação, já que permitem comparar as verbas recebidas antes, durante e depois do presidente da Académica ocupar o cargo de Diretor Municipal de Administração do Território. O requerimento foi entregue ontem pelo tribunal, tendo a juíza solicitado “a máxima brevidade” na resposta das finanças.

No dia de ontem, assinale-se a presença do professor universitário jubilado Jorge de Figueiredo Dias. O docente não acredita que o presidente tenha feito algo diferente daquilo que é costume ser feito no futebol nacional. “O presidente da Académica limitou-se a fazer na Académica aquilo que é corrente fazer noutros clubes. Comportamentos usuais, normais”, frisou.

Aliás, o penalista disse que Simões é “uma pessoa particularmente rígida quanto a normas de conduta” e, como tal, “jamais terá praticado actividades ilícitas em proveito próprio”. Sobre as questões que envolvem o presidente da Académica, Figueiredo Dias referiu que apenas conhece “o que vem escrito nos jornais”.

Do lado da câmara, o engenheiro Santos Costa reconheceu que a informação relativa a um elevador num edifício da Rua João Machado não foi mais do que uma “opinião técnica”. António Domingues, advogado da área fiscal da Académica, mostrou a sua admiração quanto à personalidade “e a vontade que tem em resolver os problemas”. “Procede sempre de forma rigorosa”, garantiu.

Francisco Andrade, presidente da junta de Santo António dos Olivais, recordou que Simões, em jovem, nunca evidenciou grandes qualidades futebolísticas. Bem diferente do trabalho realizado, agora, na liderança da Briosa, onde o autarca nota que os sócios estão cada vez mais a aproximar-se do clube.

António José Magalhães Cardoso, atual diretor municipal, faltou ontem à tarde, indo ser ouvido em breve.