O Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) é “sem dúvida, indispensável e insubstituível para uma população que abrange cerca de 130 a 140 mil utentes”. O candidato à Presidência da República, Fernando Nobre, falava ontem (13) aos jornalistas, numa passagem pelo concelho, integrada na visita que está a levar a cabo pelo distrito, para que possa ter uma “visão extremamente realista” do país.

“Com custos de manutenção elevadíssimos e insuficiências financeiras”, sublinhou, “(o hospital) merece toda a atenção e apoio”. Não obstante os constrangimentos financeiros que, segundo o candidato a Belém, são reflexo do estado do setor da saúde no país, Fernando Nobre frisou “o empenho tremendo na criação de melhores condições para servir os utentes”, por parte da administração do HDFF.

“A qualidade na saúde exige recursos humanos, medicação e equipamentos e temos de ter noção de que é uma estrutura dificilmente rentável”, disse. Nessa linha de pensamento, explicou, “temos de trabalhar no setor da saúde com sensibilidade mas também com frontalidade e na base do realismo”.

Recorde-se que o HDFF está atualmente a ser alvo de intervenções. O novo edifício, que vai englobar serviço de urgência e consultas externas, é inaugurado até ao final do ano. A obra está adjudicada em 3,6 milhões de euros. Do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) chega um financiamento, somente para o serviço de urgência, de 1,6 milhões de euros.

Crescimento nulo na próxima década

E, a propósito de finanças e de saúde, ou mais propriamente, das consequências do Orçamento de Estado (OE) neste setor, o médico foi claro: “espero que não hajam cortes na saúde porque é um setor vital, sem o qual não há desenvolvimento”. E, ainda falando sobre o OE, “com frontalidade”, afiançou que “o crescimento para os próximos 10 anos será próximo do zero, senão for zero”.

O programa delineado nesta visita à cidade visou, não só o contato com as pessoas e com um hospital em dificuldades, como também conhecer empresas de sucesso, explicou. Neste “capítulo”, o candidato presidencial visitou a Altri/Celbi, no seu entender, uma empresa “modelar”, pelo seu “método de gestão, de racionalidade e de resultados invejável”.