Até final do ano. A convicção do presidente da ARS do Centro não oferece dúvidas. A fusão dos três centros hospitalares de Coimbra é para avançar. Por isso, após a primeira reunião, em Lisboa, outras se seguirão, com os mesmos protagonistas: os presidentes dos conselhos de administração em funções e a tutela.
Em matéria de convicções, João Pedro Pimentel acentua também a das virtualidades da fusão. “O objetivo é a racionalização de meios e a melhoria da eficácia e da qualidade na prestação de cuidados de Saúde aos cidadãos”. Não é, portanto, uma medida “economicista”. Daí que o responsável desvalorize a circunstância de a proposta de fusão surgir inscrita na proposta de lei do Orçamento do Estado. E, consequentemente, desvaloriza também a hipótese de não aprovação da proposta. “Naturalmente, estamos a trabalhar na base de que vai ser aprovada”.
Neste contexto, então, o presidente da ARS Centro adianta que o passo seguinte é nomear o conselho de administração, que vai ser único e que terá, segundo apurou o DIÁRIO AS BEIRAS, nove elementos – número que João Pedro Pimentel não confirmou. Será esta equipa a elaborar o “desenho final” da reorganização dos serviços e de todos os demais encargos da nova unidade. Na linha das declarações anteriores, Pimentel admite que, por enquanto, nada está ainda previsto, no que respeita à junção de serviços.
Do trabalho em curso sairá, depois, o decreto que vai criar formalmente a nova instituição e regulamentar o início do seu funcionamento.
Ao invés da ministra da Saúde – que admitiu não haver qualquer estudo prévio – João Pedro Pimentel acredita na substância da “avaliação permanente” das instituições, por parte da tutela. “Que melhor estudo prévio do que todo este trabalho”, pergunta o presidente da ARS. Para além disso, acrescenta, há já um conjunto de conversas sobre o assunto, em diferentes momentos e contextos, que, “naturalmente, vão integrar o caderno de encargos” do futuro Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Entretanto, em comunicado, o PCP de Coimbra insurgiu-se contra a fusão, considerando que “constitui uma violação gratuita das características próprias de cada instituição e, mais grave, demonstra que o Governo nem sequer faz ideia, mesmo do ponto de vista economicista tão do seu agrado, se dessa junção resultará qualquer economia”.