“É possível lutar contra a crise com sistemas alternativos de financiamento”

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Apoiando-se em exemplos praticados um pouco por todo o mundo, o colaborador da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Jordi Estivill, garantiu ontem (13) aos figueirenses que “é possível lutar contra a crise com sistemas alternativos de financiamento”. O especialista catalão falava na conferência “Meios Alternativos de Financiamento do Combate à Pobreza: o Caso da Banca Ética”, promovida no Casino Figueira.

No caso específico de Portugal, Jordi Estivill aludiu aos “Mercados Solidários”, levados a cabo em Granja do Ulmeiro (Soure) e em São Brás de Alportel (Faro). Nestes, os produtos são transacionados, ou por outros produtos, ou utilizando “moedas simbólicas”, sem qualquer valor comercial, exceto nestes espaços.

A OIT focaliza as suas ações essencialmente nos países do sul, sendo que 90 por cento do seu orçamento é destinado aos países subdesenvolvidos do mundo. Por um lado, estuda experiências postas em prática em vários e diferentes países, sobre meios alternativos de financiamento de combate à pobreza e à exclusão, e analisa a possibilidade, ou não, de as transferir e aplicar nos países subdesenvolvidos.

Tenta também, por outro lado, implantar nestes algumas convenções de outros países, ou seja, um conjunto de direitos não convencionados nos países de Terceiro Mundo. É por exemplo o caso do direito das crianças não trabalharem. Regularmente, são enviadas missões de controlo para verificar se esses mesmos direitos estão a ser cumpridos pelos governos, sob pena de expulsão da OIT. “Nem todos os governos, ou nem sempre, são atentos ao respeito pelos direitos das pessoas”, afirma Jordi Estivill.

A par de tudo isto, a OIT também financia alguns projetos que pareçam significativos para alcançar os seus objetivos. Nesse sentido, interessa-se pelos meios alternativos de financiamento, estando atualmente a potenciar o micro crédito e a economia social e solidária em vários países. Esta última que, especialmente na década de 90, criava, em variados países, mais emprego do que a própria economia convencional, segundo o orador. Contudo, ressalva: “a via dos financiamentos alternativos é uma via experimental. Cada localidade tem que seguir a sua e ver o que funciona ou não”.

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