Professor é cada vez mais um precário

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Foto Gonçalo Manuel Martins

As portas abriram em quase todo o lado. Para o Ministério, o ano letivo arrancou dentro de um quadro de “perfeita normalidade”. Para aFederação Nacional dos Professores, o novo ano traduz uma realidade incontornável: “a escola pública corre riscos”.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado adjunto e da Educação sustentou que apenas não iniciaram atividades “entre 13 e 15 unidades de gestão” [agrupamentos e escolas não agrupadas]. E estas, segundo Alexandre Ventura, só “por motivos de obras que estão a terminar e que atrasaram o processo de início do ano letivo”.

Na região, como se lê abaixo, há pelo menos duas unidades “atrasadas”: Lousã e Penacova. E, nas demais situações, ainda que já a funcionar, subsistem casos sobre casos: falta de pessoal auxiliar; desarticulação de serviços, no âmbito do reordenamento da rede escolar; transportes que ainda não estão “oleados”; tensões ainda latentes em torno das Actrividades de Enriquecimento Curricular (AEC).

A Fenprof, entretanto, identifica um outro problema, a que confere importância acrescida, neste início de ano letivo: a precariedade da situação dos professores. Em quatro anos, o número de contratados aumentou de 2.696 para 17.297, constata a organização.

Para Mário Nogueira, o fim dos concursos anuais fez multiplicar por cinco o nível de precariedade nas escolas, no momento de colocação. Isto para além de que, entre 2006 e 2010, “aposentaram-se mais de 16 mil professores e neste período entraram nos quadros para os substituir 396”.

Também em reunião com a imprensa, Mário Nogueira não poupou críticas a outras situações. É o caso dos “mega-agrupamentos” e das dificuldades administrativas e de gestão daí decorrentes. É, também, o lançamento de mais um processo de avaliação de desempenho que, “no final do ano, será avaliado e inevitavelmente alterado”.

Mas há também as pressões sobre as escolas, para que abrissem ontem, “a bem ou a mal, quer queiram ou não queiram, tenham ou não condições”, rematou Mário Nogueira.

Escola sem tarefeiros origina protestos dos pais em Castelo Viegas

Na Escola do 1.º Ciclo de Castelo Viegas, não há auxiliar de ação educativa ou tarefeira, que assegure a higiene do espaço escolar e a segurança das crianças. Esta contrariedade tornou-se evidente aos pais no passado dia 8 de Setembro, data da primeira reunião convocada pelo Agrupamento de Escolas de Ceira, que dá ínicio ao ano letivo de 2010/2011.

Ontem, em comunicado à imprensa, a direção da Associação de Pais e Encarregados de Educação recorda que, “como é do conhecimento geral, esta escola encontra-se toda requalificada desde Fevereiro de 2010, apresenta um número crescente de alunos, num total de 24, mas hoje (ontem), na abertura do seu ano letivo as crianças têm, efetivamente, dois professores, mas mas não têm auxiliar de ação educativa”.

Está visto que os pais reclamaram e já obtiveram solidariedade do SPRC e da Junta de Freguesia de Castelo Viegas. Mas não chega. Por isso, vão concentrar-se esta manhã, na escola, para denunciar a situação.

Falta de auxiliar na Escola S. Bartolomeu

Os encarregados de educação da Escola EB1 de S. Bartolomeu estão preocupados com a insuficiência de assistentes operacionais. A falta de uma auxiliar, segundo o abaixo-assinado que irá ser entregue na DREC, “não vai permitir um acompanhamento adequado/seguro às crianças nos diversos espaços: intervalo, hora de almoço, entradas e saídas”. Por outro lado, estão descontentes por não existir, até ao momento, “técnicos indispensáveis para o acompanhamento dos alunos com surdez, que frequentam esta escola de referência para a educação bilingue”. “A partir de hoje, responsabilizamos a DREC pela eventualidade de qualquer acidente com os nossos educandos”, referem.

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