Mudar? Só para melhor

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Resolvi tornar público o meu empenhamento na próxima eleição dos órgãos dirigentes federativos do PS Coimbra, não porque repute de importante essa publicitação ou ela tenha repercussão na opção dos outros militantes. Também não é, para todos os que andam mais atentos à vida interna do PS, uma escolha inesperada, fruto de uma qualquer negociata ou consequência da não satisfação de um empenho.

Foram razões de natureza diversa que criaram a motivação para este texto, ligadas à responsabilidade que todos os membros das estruturas locais do partido têm no esclarecimento e dinamização do colectivo. Este combate político deveria servir para se debaterem propostas políticas alternativas ou se procurarem respostas, respostas diferentes aos problemas concretos das pessoas. Se assim fosse, o debate seria interessante e enriquecedor para todos; mas não, não há propostas, ideias para discutir, caminhos diferentes a trilhar, alguma inovação na abordagem dos assuntos, simplesmente se fala da pessoa do presidente da Federação.

Esperávamos mesmo que com a anunciada chegada de nomes sonantes vindos da capital, de malas cheias de saber e pose, se acrescentasse mais-valia crítica à contenda. Puro engano, vieram moscambilhar, provável preâmbulo de outros desígnios.

Convenhamos que personalizar a discussão de uma eleição dos corpos dirigentes federativos é muito pouco, é redutor, não é bonito. A política também tem uma estética e uma ética.

Há antes um tímido e encoberto exercício de mal dizer, a crítica de aspectos específicos de um carácter ou de uma postura, sabendo-se que muitos dos detractores actuais já o enalteceram em campanhas anteriores e assentam agora a nova opção em meras razões subjectivas. É preocupante e desinteressante o trabalho político tendo como base motivações e ambições pessoais. Mas o estranho é essas pessoas não perceberem que basear a luta política em argumentos ditados pelas emoções mais primárias não dá dividendos, é de mau gosto.

Basta reflectir sobre a recente e recorrente tentativa de assassinato político tendo como alvo José Sócrates, movida pela raiva, a impotência, a mesquinhez, a inveja com o conluio de alguma comunicação social. O resultado foi o emergir, de um líder com novo vigor, com renovado apoio do povo, um primeiro-ministro cheio de energia para as novas batalhas.

E como vejo tantas semelhanças entre o secretário-geral e o Vítor Batista; cada um no seu patamar de responsabilidade, têm parecenças na postura, na determinação, na dedicação, para além da agressividade e frontalidade como enfrentam os opositores.

Mas, igualmente, respeitando a esfera de acção própria, podermos dizer que os dois são verdadeiros vencedores, feitos de têmpera rija que os leva a nunca desistirem ou, atemorizarem-se com novas dificuldades.

Para mim, a Federação de Coimbra está bem e não vislumbro ninguém que tenha saber e características para fazer melhor.

Sei que sussurram que o Vítor Batista não tem “peso e credibilidade em Lisboa” e assim, Coimbra perde influência na governação.

Mas pergunto, junto de quem? Quais são os avaliadores?

Será que os “males desta cidade” são fruto dos últimos seis anos, ou têm raiz mais profunda?

Não foi o 25 de Abril que ao democratizar o país, desvalorizou Coimbra perante o Poder Central?

A falta de ideias, de projectos, a inércia dos nossos empresários, a incapacidade política e gestacional do presidente da Câmara, dever-se-ão ao Vítor Batista?

Haverá outro líder federativo que tenha tido mais e melhor intervenção na Assembleia de República?

Que outro líder federativo alcançou melhores resultados no distrito, tanto nas legislativas como nas autárquicas?

Estas e outras questões que podíamos formular são incómodas, não são fáceis de escamotear.

Somos assim, queremos quase sempre o que a história nos nega, traçamos destinos onde ninguém nos espera, esquecemos que o pensamento formatado pelo ressentimento não dita causas nobres, é sempre redutor, às vezes mesquinho. E tanto se diz fruto do ressentimento, da ambição desmedida, da inveja ou mesmo do ressaiviamento.

Por tudo isto e não é pouco, estarei nesta disputa ao lado do Vítor Batista. Sei ao que vem.

Sinto-o autêntico, trabalhador como poucos, idêntico a si mesmo, inteiro, sem necessidade moral de desistir de si próprio, do seu trajecto, da sua identidade.

7 Comments

  1. Pingback: A culpa é do 25 Abril « Denúncia Coimbrã

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