Floresta de Penela aos retalhos

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Foto de Luís Carregã

O empresário Manuel dos Santos, conhecido por ser o construtor da Urbanização da Quinta de São Luiz, no concelho de Montemor-o-Velho, está à beira de concluir aquilo a que se pode chamar um processo de emparcelamento de terrenos florestais no concelho de Penela, onde vão nascer dois resorts de montanha, projecto inédito em Portugal.

Para executar esta tarefa hérculea (que implicou assinar cerca de duas mil escrituras) foram necessários três anos, uma demora que justifica o desafabo de Manuel dos Santos: “não volto a meter-me noutra igual”.

Todavia, a persistência acabou por dar resultados e agora é tempo de meter mãos à obra. O próximo passo será apresentar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC), o que deverá ocorrer no próximo mês.

Trata-se de recuperar uma parte da serra situada na freguesia do Espinhal, nomeadamente as aldeias abandonadas do Esquio e Pessegueiro, para fins turísticos e desportos de aventura.

A burocracia que consumiu tanto tempo e dinheiro desde 2008 revela também “a falta de vontade política do Governo para implementar uma estratégia para a floresta”, constata Paulo Júlio, presidente da Câmara Municipal de Penela. Com prova do que diz – se não bastassem os incêndios florestais que se repetem todos os anos – o autarca denuncia que “fala-se tanto da constituição das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), mas afinal, até agora nenhuma funciona”. Ou seja, sem emparcelamento das terras não é possível fazer limpeza das florestas nem apresentar candidaturas a financiamentos com o mesmo fim.

Paulo Júlio considera que a floresta só resistirá “se for encarada como desígnio nacional”. Caso contrário, perante a desertificação acentuada que deixa os terrenos ao abandono, nada restará dentro de poucos anos anos.

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