A Naval voltou a ser talismã para o regresso às vitórias, em casa, da Académica. Depois de 245 dias sem vencer no Cidade de Coimbra, os estudantes encontraram na equipa figueirense o tónico que faltava para a conquista dos três pontos. E muito por culpa de dois jogadores gauleses.
Victor Zvunka queixou-se no final do jogo com o Sporting do seu quarteto defensivo. O gaulês chamou-lhe mesmo “infantilidades” que, na alta competição, costumam pagar-se caro. Ontem à noite, um erro, novamente cometido pelo compatriota Lupède, “tramou” o técnico navalista. É que, até aos 15’, a Naval dominou uma Académica algo confusa com a pressão alta exercida pelos figueirenses. De tal forma que, logo no início, Camora quase inaugurou o marcador.
A Briosa demorava a entrar no jogo, com Jorge Costa a não esconder no banco o seu descontentamento perante tal postura da equipa. No primeiro lance em que os “estudantes” conseguiram soltar-se do colete-de-forças, Éder ganhou a bola a Lupède e, dentro da área, limitou-se a sentir o encosto do francês para cair. Do penálti, bem assinalado, resultou o único golo dos primeiros 45 minutos.
Com apenas 10 elementos, a formação figueirense retraiu-se um pouco e deu o domínio do jogo à equipa da casa. Uma preponderância consentida, já que durante 15 minutos nem a Académica nem a Naval criaram perigo junto das duas balizas. A meia hora assinala a mudança de atitude das duas equipas. Primeiro, com a Briosa a privilegiar os lances pelas alas. Zona do campo onde saiu, respectivamente, o cruzamento para o remate de Éderzito e cabeceamento de Sougou. Mas a Naval respondeu à altura e em apenas um lance. Aos 39’, João Pedro aproveitou a pouca adaptação de Amoreirinha na ala direita para cruzar. Peiser defendeu para a frente onde Godeméche teve tempo para parar e chutar contra as pernas do guarda-redes academista.
Ao intervalo, o domínio academista era claro em todas as estatísticas. Mas, olhando mais abaixo na tabela, reparava-se que os lances de perigo estavam quase empatados. Nem parecia que, desde os 15’, a Académica esteve a jogar com mais um jogador.
Situação que quiseram inverter desde o primeiro minuto da 2.ª parte. Apostando nas alas, onde Diogo Valente teve um papel preponderante, os estudantes dominaram a seu belo prazer uma Naval que começou a evidenciar algum cansaço. Mas as melhoras só se fizeram sentir com a entrada de Miguel Fidalgo. O avançado foi preponderante, já que na primeira vez que tocou na bola fez golo. Pouco depois, o avançado teve nos pés novo golo, mas a bola saiu por cima da barra.
Os espaços, fruto da boa movimentação atacante da Briosa, apareciam e não estranhou que, aos 71’, o central Berger apontasse o último golo da partida. Com o resultado mais do que feito, o acelerador academista abrandou. Os figueirenses subiram um pouco mais no terreno, mas a velocidade de Miguel Fidalgo não permitiu grandes aventuras da equipa visitante.
A vitória de ontem permitiu à Académica a ascensão ao 3.º lugar da tabela, enquanto a Naval desceu para o 14.º lugar.