Centros educativos – 1.º Ciclo do Ensino Básico

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As escolas do 1.º ciclo do meio rural foram durante muito tempo silenciadas, ou convertidas em indicadores estatísticos, e só recentemente houve coragem política para enquadrá-las num quadro conceptual mais alargado.

A pequena escola rural esteve sempre na encruzilhada entre a obrigação de responder às necessidades das crianças, e os apelos para que contribua para o desenvolvimento local.

Terá cabimento perguntar se as escolas não poderão ser hoje um símbolo de novas dimensões espaciais, de outras cooperações e elementos inovadores de identificação.

As Cartas Escolares das autarquias deram conta de carências, de excessos, de expectativas dessas escolas, em meios de forte regressão demográfica, apontando para mudanças no parque escolar com a construção de Centros Educativos.

Equacionaram-se então, as relações entre o planeamento de equipamentos e a cultura escolar, as perspectivas de futuro no meio rural, o envolvimento dos diferentes níveis de administração, a impossibilidade de soluções universais, e sobretudo o papel fulcral da participação dos interessados nos processos de decisão.

Desde os anos 70 que em Portugal são produzidos despachos e normativos, sobre este assunto, todos na perspectiva da implantação de “escolas básicas integradas” constituindo–se unidades pedagógicas globais.

Outros países vivem ou já viveram processos semelhantes e foi prática corrente na Europa industrializada, o encerramento de pequenas escolas e a sua substituição por unidades escolares, com capacidade para oferecer mais e melhor.

Apesar do acordo generalizado deste princípio entre os técnicos e os decisores, o seu grau de concretização tem sido difícil por questões sociais, culturais e sobretudo políticas.

As decisões nesta matéria devem ter em conta os problemas reais com a correspondente dotação financeira às autarquias. Assistimos ao encerrar natural ou “forçado” dessas escolas, em todo o país, com mais ou menos resistência, e os alunos são agora encaminhados para os Centros Educativos, uma solução inovadora, com princípios fundamentais e abrangentes.

Assim são escolas com uma concepção mais ampla do currículo, uma programação de pares feita pelos professores, um progressivo desenvolvimento da autonomia, com processos criativos e partilhados, pedagogias diferenciadas, oportunidades de socialização, vivências multiculturais e usufruto de modernas tecnologias.

No concelho da Guarda temos já a funcionar um Centro Educativo que apesar de todas as resistências à mudança, compreensíveis, faz um balanço global muito positivo e encorajador.

Iremos inaugurar no dia 27 de Novembro, “Dia da Cidade”, outro Centro Educativo do 1.º ciclo contribuindo assim para o desenvolvimento do meio rural, num mundo em mudança acelerada, onde a formação integral dos jovens, futuros cidadãos, nos fazem aderir a soluções, que pensamos ser a resposta adequada às preocupações das nossas comunidades.

E o caminho faz-se… caminhando!

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