Saúde em Português sensibiliza para a igualdade de género

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Foto Gonçalo Manuel Martins

A violência doméstica é apenas um dos sinais. Todos os anos, há mulheres que morrem devido a actos de violência praticados pelos companheiros. Mas o reverso da medalha não acontece. “Não há homens que sejam vítimas mortais de crimes de violência doméstica”, disse ontem Fernando Gomes, coordenador do projecto O Outro Sexo.

Ainda que de forma sub-reptícia, este é um dos sinais do “poder” no masculino. Um poder que está ainda muito enraizado na cultura portuguesa, nas suas mais variadas formas. O projecto, promovido pela Saúde em Português, trouxe a lume, durante mais de um ano, questões ligadas à igualdade do género. Através da sensibilização e da informação, o que se pretendeu foi contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e respeitadora dos direitos humanos e contribuir para a erradicação de comportamentos discriminatórios.

“Há preconceitos que vão passando de uma forma que ninguém se apercebe”. Os exemplos são muitos. “Para a mulher, a margem de erro, de falha ou de tolerância é sempre menor”, lembrou Lurdes Castanheira, presidente da Câmara Municipal de Góis, ela própria exemplo de que uma mulher é capaz de desempenhar tão bem como um homem – ou melhor – funções governativas.

“Em Góis, apesar de ser um concelho do interior, o sinal do eleitorado [ao ter escolhido uma mulher] é um sinal moderno. Porque – continuou – é um território onde predomina o poder patriarcal, onde o poder masculino impera”. No entanto,– confessa – “ainda é um constrangimento uma mulher visitar uma obra”.

A discriminação tem várias “roupagens”: se são as mulheres que frequentam, maioritariamente, o ensino superior, porque não conseguem aceder a lugares de chefia no mercado de trabalho? Do lado masculino, porque não existe ainda uma medicina do género direccionada para o homem?

Como salientou Fernando Gomes, a igualdade de oportunidades “é um problema” e em muito devido a questões culturais. Apesar de tudo, os responsáveis pelo projecto acreditam que – ao contrário do que relatavam as histórias de fadas que nos contaram na infância – “um dia será a princesa a salvar o cavaleiro”.

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