Idosos sozinhos e sem férias

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De acordo com os gestores de residências e lares (IPSS e particulares) contactados na região na última semana, mesmo em tempo de férias as famílias não deixam de visitar os seus idosos. Em muitos casos até reforçam o número de visitas e a sua duração.

“Há uns anos atrás era pior, quando muitos utentes deixavam de ter visitas durante semanas”, refere uma auxiliar técnica de uma “casa de repouso sénior” do norte do distrito de Leiria. Ou porque as famílias estão a reduzir cada vez mais os dias de férias, ou porque algum membro da família ficou desempregado – com mais tempo para cuidar dos pais ou avós – a verdade é que se regista um fenómeno de reaproximação com os idosos institucionalizados.

Abandonados nas urgências

Pelo contrário, as unidades hospitalares continuam a registar situações de idosos que, “principalmente no Verão e na altura do Natal”, dão entrada nas urgências transportados pela família, mas que, depois de terem alta, “continuam internados sem que ninguém os vá buscar”, denuncia um enfermeiro que já trabalhou nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra. “Até há casos de gente sem ética nem moral que dá o número de telefone errado, para que não seja possível fazer o contacto”, acrescenta o profissional de saúde.

Um em cada cinco precisa de cuidados continuados

Estes são, todavia, relatos pontuais, embora seja reconhecido que um dos maiores problemas com que os idosos se confrontam é a falta de resposta quando necessitam de cuidados continuados fora das unidades de saúde convencionais.

O número de pessoas nesta situação ascende aos 370 mil, ou seja, 20 por cento da população idosa portuguesa, adianta o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

Telefone é a ligação à vida

Sem outra alternativa, muitos têm que ficar em casa, muitas vezes sozinhos, o que motivou a accionamento da prestação de serviços de Teleassistência Domiciliária (Helpphone) por parte de diversas câmaras municipais.

Coimbra e Ansião são exemplos na zona Centro, assim como diversas misericórdias e o próprio Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas.

Oliveira Alves, director Municipal do Desenvolvimento Humano e Social da Câmara Municipal de Coimbra sublinhou que cerca de uma centena de idosos do concelho sem suporte familiar beneficiam do Helpphone, garantindo que “os serviços estão alerta em relação a qualquer pedido de auxílio” com base numa rede alargada, onde também participam as comissões sociais de freguesia. No concelho de Coimbra vivem 25 mil pessoas com mais de 65 anos, o que representa 19 por cento da população.

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