“Há questões de fundo que estão por resolver”

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Regressado de férias, retemperado e cheio de vontade de abraçar os diferentes dossiers que tenho em mãos, acompanhei pelas notícias e contactos telefónicos a evolução dos incêndios, com particular incidência no nosso Distrito, um flagelo que, ano após ano, nos faz sofrer, perder vidas humanas e delapidar o valioso património que é a floresta.

Parece sempre que o diagnóstico está feito, que o importante é a limpeza das florestas, o reforço de meios aéreos, terrestres e humanos, o incremento da vigilância, prepara-se sempre a época com a convicção que vai correr melhor mas, a verdade, é que se o calor aperta os incêndios propagam-se às dezenas; pelas informações recentes, já há este ano mais área ardida do que nos dois últimos anos.

Há questões de fundo que estão por resolver, desde o sistema da propriedade em Portugal, alguns dos donos nem sabem onde ficam os seus pinhais, nunca se estimulou o tirar partido desta riqueza, entregando a limpeza e exploração a quem sabe, profissionalizar o serviço de combate aos incêndios e apostar na limpeza.

Verificamos que, mesmo Países com mais meios como os EUA, quando o calor aperta nem todo os meios impedem a calamidade; são inúmeras as notícias, na Grécia, na Rússia, no sul de França, em Espanha, ao longo dos anos há sempre dois ou três Países mais fustigados.

Não quero com isto ilibar o Governo, se alguém tem responsabilidades é quem Governou 13 anos nos últimos 15, o Partido Socialista, mas a verdade é que fazer baixa politica com um drama destes é penoso e mau para o País e para as populações.

Duma vez por todas é preciso colocar os mais capazes a tratarem deste problema, pegar nos diferentes documentos já produzidos e dar-lhes expressão prática, envolvendo Governo, Autarquias, Proprietários, Bombeiros e outros agentes com interesse na matéria, é este o caminho.

Nunca cairia no erro dos socialistas, ainda no ano passado se vangloriavam com a boa época, tirando dividendos dos meios colocados à disposição e dos resultados obtidos; agora que as coisas correram mal, ainda não vi os mesmos a assumirem responsabilidades.

Só prova a coerência, ao mesmo tempo a dificuldade que é lidar com este flagelo.

Recorde-se que no segundo ano do Governo de Durão Barroso, os mesmos socialistas até exigiram a convocação da Comissão Permanente da Assembleia da República para criticarem o Governo.

Nesta como noutras matérias o PSD comporta-se com um elevado sentido de responsabilidade, ao contrário de outras forças políticas como o CDS-PP e BE que procuram tirar dividendos políticos com a desgraça alheia, desferindo ataques a torto e a direito, como eu ouvia ontem na Rádio Lafões, quinze minutos de ataque cerrado ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, por parte de um Deputado do CDS-PP, que deve ter a varinha mágica para resolver tão difícil problema; mais recentemente, embora por outra voz, mas com o mesmo texto, foi a vez do Presidente da Câmara de Mangualde a ser alvo das mesmas críticas.

Haja contenção nas palavras, concentremo-nos a ajudar as populações e todos os envolvidos e, sobretudo, aprenda-se com os erros e corrijam-se para que os próximos anos possam ser melhores.

Lamenta-se a perda de vidas e a destruição de uma das nossas principais riquezas, concertem-se esforços para combater os incêndios e salvar as casas, o património e as Pessoas, não se tire partido duma calamidade e, já agora, alguns membros do Governo ganhavam mais ser estivessem calados, do Ministro da Administração Interna ao da Agricultura.

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