Problema de dirigismo (também) chegou à associação da freguesia de Tavarede. O presidente não se mostra optimista.
É tempo de apagar 89 velas e pedir um desejo. Que o Grupo Musical Carritense viva outros 89 anos é o almejo do presidente. Contudo, a realidade não sustenta a esperança. “A colectividade vive bem financeiramente e não precisa de obras. O que precisa é de gente que a dirija”, diz Joaquim Pereira.
Continuidade. Não há pessoas que queiram assumir as rédeas. Até agora, a colectividade tem sobrevivido graças ao mesmo círculo de pessoas. O próprio presidente já a dirige há três anos mas há muitos mais que pertence ao corpo directivo. E há 30 que é director, encenador e actor do grupo de teatro. A maior parte dos “reincidentes” já estão saturados, confessa. O encerramento, afirma, “é uma realidade que vai acontecer no prazo de 10 anos”.
O problema da urbanização também se impõe. 90 por cento de Carritos, Tavarede, é um dormitório, diz o presidente. E os descendentes dos da terra não conseguiram fixar raízes e viram-se obrigados a desertar. É por esse facto também que a colectividade tem poucos jovens. Em 20 membros do grupo cénico, cinco são de recentes gerações.
Este grupo é, aliás, a chama da colectividade há três ininterruptas décadas. No concelho, não há palcos das associações congéneres aos quais ainda não tenha subido. E também se desloca frequentemente aos concelhos de Montemor e Pombal. Um trabalho ao qual a Junta de Tavarede “não vira as costas”, garante Joaquim Pereira.
Mas o cenário muda quando se fala da Câmara da
Figueira. “Acho que lhe falta (à câmara) muito para dar ânimo à cultura”, afirma o dirigente. “As colectividades nem dinheiro pedem- ir pedir para quê se ela não tem dinheiro para dar?- mas gostavam de ver o trabalho reconhecido”, lamenta. Um gesto de agradecimento que tem tardado a chegar.