A fábrica Aquinos, em Tábua, a maior fabricante de sofás na Península Ibérica, com 650 trabalhadores e uma produção anual de 780 mil lugares, está com dificuldades em recrutar trabalhadores, disse o administrador da empresa.
“Admitimos no último ano 280 trabalhadores, mas precisamos de mais e estamos com dificuldade em encontrar pessoas disponíveis”, afirmou Carlos Aquino, responsável pela fábrica que está instalada na região Centro, que teve uma taxa de desemprego de 14,1 por cento em Junho, segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Carlos Aquino aponta os programas de apoio ao desemprego como a principal causa da situação, porque “as pessoas preferem estar nesses programas a ter um emprego. Neste momento podemos dizer que estamos com falta de mão-de-obra”, afirmou o responsável à Lusa.
Segundo o empresário, “as pessoas da região não têm uma cultura industrial e, por exemplo, não querem trabalhar por turnos”, o que faz “com que o retorno do investimento seja muito mais demorado”, adiantou.
Fábrica de colchões
em construção
A empresa está a construir uma nova fábrica de colchões, a Novaqui, que “será a mais avançada do mundo em tecnologia e estará em funcionamento em Julho de 2011”, disse Carlos Aquino.
A Novaqui implicará um investimento de 23 milhões de euros e foi considerada como um Projecto de Interesse Nacional (PIN) devido precisamente à sua componente tecnológica. Esta nova unidade “irá produzir seis mil colchões por dia e vai empregar mais 125 pessoas”, adianta o empresário.
“Não temos problemas de vendas porque já temos acordos celebrados, mas temos problemas de produção”, afirma Carlos Aquino, adiantando que a aposta da empresa será “cada vez mais em tecnologia, porque a mão de obra não resolve os nossos problemas”.
Outra das inovações apontadas pelo empresário foi a recente abertura de um armazém inteligente, com capacidade para 30 mil sofás, o que no seu entender faz a diferença com outras empresas do ramo. “Não há na Europa nenhuma empresa com esta capacidade”, garantiu.
O novo armazém, totalmente informatizado, foi inaugurado em Abril pelo primeiro-ministro, José Sócrates, que na ocasião elogiou “a atitude de confiança” demonstrada pela empresa.
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