A direcção nacional do PS chamou a Lisboa os mandatários dos dois candidatos às eleições distritais. O objectivo, segundo apurou o DIÁRIO AS BEIRAS, foi explicar, de forma detalhada, o processo de inscrição de novos militantes. E, também, fazer um apelo ao bom senso, no sentido de amenizar as tensões que têm vindo a público.
Em causa, recorde-se, as críticas de Victor Baptista à decisão que conduziu à aceitação (e rejeição) de novas inscrições. Ao DIÁRIO AS BEIRAS, o deputado e líder distrital recandidato acusou André Figueiredo, secretário nacional adjunto para a organização, do PS, de “comportamento estalinista”, por não lhe dar acesso aos cadernos eleitorais e por conferir direito de voto a militantes cujo número é superior ao de outros, a quem foi recusado.
Ontem, no Largo do Rato, em Lisboa, os dois mandatários distritais reuniram-se justamente com André Figueiredo. No final, Manuel Machado (mandatário de Victor Baptista) confirmou ao DIÁRIO AS BEIRAS ter participado numa reunião de “análise de questões relacionadas com a Federação de Coimbra”. Sublinhando ter intervindo em “missão de paz”, o antigo autarca acentuou: “não foi uma reunião conclusiva, pelo que nada vou adiantar sobre o seu conteúdo”. E rematou: “o partido tem órgãos próprios, com competências estatutariamente consignadas, que, se o entenderem, poderão, a seu tempo, tornar públicas as suas decisões”.
Também Ricardo Castanheira (mandatário de Mário Ruivo), que também confirmou a presença, optou por não se alongar, dada a natureza do encontro. Mas afirmou: “saí absolutamente esclarecido com a exaustiva apresentação feita pela direcção nacional do partido, relativamente às recentes decisões que tomou. A direcção nacionalo foi objectiva e cumpriu estritamente os estatutos”. E, em jeito de remate, acrescentou: espero que o debate, doravante, seja colocado apenas no plano político e nunca pessoal, com a elevação que o PS tanto precisa e o distrito merece. Esperemos, pois, pela composição da COC para avaliar a boa-fé das partes”.
Ouvido também pelo DIÁRIO AS BEIRAS, André Figueiredo limitou-se a afirmar que foram “prestados todos os esclarecimentos solicitados e, de comum acordo, foi confirmada a isenção, a imparcialidade e a neturalidade da direcção nacional, no processo eleitoral”.