O ramal ferroviário da Figueira da Foz, de ligação à Pampilhosa e cuja circulação de comboios está suspensa há mais de um ano, é fundamental e estratégico para a actividade logística e portuária da região, afirmam autarcas.
Há quase duas décadas que a circulação de comboios de mercadorias no ramal da Figueira da Foz está interdita, por motivos de segurança, face à degradação da via, idênticos aos que estiveram na base da suspensão dos comboios de passageiros em Janeiro de 2009.
Em declarações à Lusa, Carlos Cabral, presidente da Câmara da Mealhada, afirmou que aquando da suspensão do transporte de passageiros, a velocidade média das composições “era de 40 quilómetros hora, muito inferior a velocidade em 1882 quando a linha foi inaugurada”. “Houve uma regressão, um abandono claro da linha por parte da estrutura ferroviária”, frisou.
O presidente da autarquia da Figueira da Foz, João Ataíde, assume que o ramal de ligação à Pampilhosa “é uma questão prioritária e estratégica”. “Permite revitalizar toda esta ligação à Pampilhosa e, por via disso, à linha do Norte e Beira Alta”, sustentou.
No entanto, João Ataíde lembra que a consagração da ligação ferroviária ao transporte de mercadorias, para além dos necessários investimentos de requalificação por parte da REFER, “dependerá muito dos operadores económicos”.
“Passará por uma definição que viermos a tomar em relação ao plano portuário e [à localização] da zona de apoio logístico, que é uma grande ambição deste executivo e da Figueira da Foz”, sublinhou.
Fonte da REFER admitiu que a reabilitação do ramal da Figueira da Foz – um investimento global de 18,3 milhões de euros, com um calendário de início da obra em novembro e conclusão no final de 2011 – chegou a ser aprovada e o concurso anunciado mas, “há alguns meses”, antes da fase de publicação, “foi suspenso” face à necessidade do plano de investimentos de médio prazo da empresa ser reavaliado no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
One Comment