O maestro Sérgio Neves, professor de clarinete no conservatório de Santa Comba Dão, explicou à agência Lusa ser importante levar os alunos a participarem neste tipo de actividades.

“Nós não conseguimos dentro da sala de aula transmitir toda a informação. O tempo é pouco e estas actividades vêm colmatar algumas das lacunas que sentimos enquanto professores do ensino”, frisou.

Durante três dias, em Santa Comba Dão haverá workshops, oficinas de música e concertos. Na sexta feira, sobem ao palco os jovens músicos João Moreira (clarinetista) e Joana David (pianista) e, no sábado, o Ensemble Sinfónico de Lisboa, liderado pelo maestro Samuel Pascoal.

Ainda que admita que “vai demorar alguns anos até que as famílias de Santa Comba Dão ou desta área do país coloquem na sua agenda familiar um concerto de música clássica”, Sérgio Neves está otimista.

“Com o trabalho que tem vindo a desenvolver o conservatório de Santa Comba Dão e os conservatórios nacionais e com a nova reformulação do ensino da música, acho que dentro de quatro ou cinco anos as famílias estarão mais sensibilizadas para estes concertos e estas actividades”, afirmou.

O maestro considerou que começar pelos alunos “é a forma mais fácil de chegar aos pais”, que não quererão perder a oportunidade de ver os progressos dos filhos e, “aos poucos, também ficarão sensibilizados para estes espetáculos”.

Os alunos foram integrados na organização do festival, para que de futuro fiquem aptos a organizarem-no sem a ajuda dos professores ou da escola.

“Mas é muito importante que o público tenha essa sensibilidade e a vontade de apoiar este festival, porque sentirmos que estamos a organizar uma actividade e o público não adere tira-nos um bocadinho da energia”, acrescentou.