Diário As Beiras

“Tínhamos a consciência que o mecenato estava aí” (com som)

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Por que é a que a Liga dos Amigos do Hospital Distrital da Figueira da Foz esteve incubada durante tanto tempo?

A liga nasce de um projeto do Rotary Club da Figueira da Foz, em 1999. Na altura, era presidente do clube e tive conhecimento que os Lions também abordaram o assunto. Fizemos uma junção de esforços no sentido de avançarmos, mas acabou por ficar em stand-by durante bastante tempo. Mais tarde, um grupo de amigos entendeu fazer-me um jantar de calor humano e voltámos a falar do assunto. Mas, mais uma vez, se verificou que ainda era cedo. Felizmente, há um ano fizemos a escritura, arrancando com 56 sócios coletivos, num total de cerca de 300 sócios fundadores.

Como é que a liga consegue mobilizar tantas vontades em torno do mecenato?

Tínhamos a consciência que o mecenato estava aí, que existia. Estive envolvido em parcerias que a Soporcel e a Celbi fizeram para ajudar o Hospital Distrital da Figueira da Foz. O que tentámos fazer foi criar um sistema que validasse e promovesse a dádiva e quem dá. Esse modelo está expresso na Galeria da Solidariedade. Portanto, tentamos dar continuidade a uma coisa que já existia, formatando-a e dando-lhe visibilidade.

Os mecenas participam com base nas relações pessoais ou no âmbito da responsabilidade social?

Diria que são sempre ambas as coisas. Naquilo que se passou nesta primeira abordagem, houve, sem dúvida, muitas situações em que tivemos do outro lado caras conhecidas, mas houve situações que não conhecíamos as pessoas.

Que projetos tem para 2013?

O nosso projeto maior é montar a sala de Cuidados Intermédios de Medicina do hospital. Deverá custar cerca de 20 mil euros, mas temos uma política que é a seguinte: o hospital desafia-nos e nós desafiamos o hospital. Ou seja, ele tenta arranjar metade e nós a outra metade.

Foi presidente do conselho de administração do HDFF. Entretanto, a gestão dos hospitais públicos conheceu vários modelos. Que diferenças destaca?

A entrega, os afetos e a disponibilidade mantêm-se. Mas alterou-se desde logo, a atualização das pessoas aos conceitos de gestão empresarial que se iniciava na altura (há 10 anos).

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra no programa “Clube Privado” da Foz do Mondego Rádio (99.1FM) e em www.asbeiras.pt.