Diário As Beiras

As sondagens elegeram um juiz na Figueira da Foz (com podcast)

João Portugal

Nesta entrevista, João Portugal, presidente da Concelhia da Figueira da Foz do PS, afirma que o partido já pensava em João Ataíde.

P- Quem escolheu a lista para a câmara?

R- Foi o candidato (que também escolheu o cabeça de lista à assembleia).

P- Se fosse você a escolher as listas, teria escolhido os mesmos nomes?

R- Talvez tivesse havido uns pequenos ajustes.

P- Que tipo de ajustes?

R- É muito difícil fazer uma análise da lista que foi escolhida pelo candidato… Apesar da lista ter sido chumbado na Concelhia, votei favoravelmente nela. Se fosse eu a elaborar a lista, teria tido algum cuidado para que fosse aprovada em sede de Concelhia. Se na altura fosse o presidente da estrutura, ter-me-ia sentado com o candidato para lhe dizer que a lista poderia não ser consensual; se ele me dissesse que não aceitava alterações, eu apoiaria a lista na mesma.

P- Ninguém teve essa conversa com o candidato?

R- Houve pouco diálogo entre o presidente da Concelhia e o candidato à câmara, devido a um desentendimento político logo no início da campanha. Creio que esse desentendimento deveu-se à forma como a campanha estava a ser conduzida. Na minha opinião, ao contrário do que muitos dizem, foi das campanhas que teve mais estratégia política.

P- O PS não tinha militantes credíveis para candidatar à Assembleia Municipal (AM)?

R- Tinha muitos militantes credíveis. Não foram candidatos porque as condicionantes políticas levaram a que se escolhesse um independente (Luís Tovim, cuja vitória nas urnas não se confirmou AM). Tínhamos bons candidatos: Melo Biscaia, Teresa Coimbra, António Alves…

P- Está a falar de nomes históricos, mas João Ataíde preferiu renovar e escolheu “sangue novo”…

R- Penso que foi pelo perfil, porque na altura falou-se num médico e escolheu Luís Tovim. (…) Na primeira sondagem sobre hipotéticos candidatos à câmara, foi questionada a profissão que os figueirenses preferiam e a larga maioria respondeu que gostaria de ver um juiz à frente da câmara.

P- Foi por isso que o PS convidou João Ataíde?

R- Não. Foi ao contrário, porque nessa altura já falávamos no nome do dr. João Ataíde.

P- Acredita que o calendário eleitoral vai levar a que a oposição deixe de apoiar o executivo (sem maioria absoluta do PS) nas questões importantes para o concelho?

R- Estou convicto que não, porque o próprio PSD já entendeu que teve uma postura de irresponsabilidade, nos últimos anos. Ou seja, contraiu a dívida e não sabia como ia pagá-la, isso é uma grande irresponsabilidade.

P- Acha que o PSD vai ter de ficar eternamente refém dos três mandatos que antecederam a vitória do PS?

R- Com toda a certeza, porque o PS está a pagar uma dívida contraída pelo PSD.

P- Quando era oposição, o PS defendia a extinção da empresa municipal FGT, mas já está no poder há mais de um ano e a empresa continua a existir.

R- Acho que chegou a altura do executivo apresentar uma solução para as empresas municipais, e isso passará, obrigatoriamente, pela extinção de algumas… O PS está a aguardar o resultado do estudo encomendado pela câmara, para poder tomar uma posição sobre o assunto.

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra em www.asbeiras.pt, a partir das 19H30 de hoje, 10, e no programa “Clube Privado” da Foz do Mondego Rádio (99.1FM), às 19H00 de hoje e de amanhã e às 22H00 de domingo.