Diário As Beiras

Entrevista: Mário Ruivo

Foto de Gonçalo Manuel Martins

O que falhou há dois anos?

Falhou que muitos militantes tinham a ideia de um resultado negativo. Também entendo que na altura houve a convicção que devia ser dada uma nova oportunidade ao presidente da Federação Distrital do PS, depois de um mandato fraco. Por outro lado, ele disse que era a última vez que se candidatava.

Se ganhar, e num cenário de eleições legislativas antecipadas, quem gostaria que liderasse a lista de candidatos por Coimbra? Paulo Campos, Carla Violante, Mário Ruivo?

O que me distingue do meu camarada Vítor Batista é eu ter critérios e não procurar o protagonismo ou o voto em troca do favor ou do apoio político. O que está decidido é que cada concelhia indica o seu candidato e a escolha será respeitada. Não tenho a ambição pessoal de ser candidato a deputado. Acho que o debate em torno de Paulo Campos só decorre do facto de ter tomado uma posição divergente do presidente da Federação, porque se tivesse tomado uma posição convergente, teria direito aos maiores elogios. Paulo Campos é o único elemento do Governo oriundo do distrito de Coimbra. Victor Baptista nunca integrou nenhum Governo, ao contrário de todos os outros presidentes de federação.

Acha que o distrito perdeu influência no país?

Sendo a Federação de Coimbra do PS uma das maiores do país e não consegue que o seu presidente seja reconhecido como membro do secretariado nacional do partido, obviamente que necessitamos de fazer uma reflexão.

José Sócrates tem condições para se recandidatar a primeiro-ministro, em caso de eleições antecipadas, e à liderança do PS?

Tem. Se ele quiser continuar a ser secretário-geral, terá o apoio quase unânime dos militantes.

Que tem a dizer acerca da polémica gerada em torno das fichas de novos militantes?

Nunca consegui perceber toda esta polémica, gerada por Victor Baptista. E não consigo perceber que se tenha reclamado na imprensa, expondo o partido a esta vergonha, e não nos locais próprios, numa atitude mais de pressão do que de legitimidade.

Há militantes que afirmam estar a ser pressionados pelos dois candidatos…

Não conheço nenhum militante que possa ter referenciado qualquer tipo de constrangimento ou pressão da minha parte. Aliás, condeno que um militante seja constrangido, pressionado.

A sua candidatura está a ser afetada por ter sido envolvido no processo judicial de Luís Vilar?

Não. Eu sei que a intenção era essa, dentro daquilo que é política no seu mais baixo nível, ou seja, tentar pôr em causa o caráter de quem até agora não tinha qualquer tipo de acusação.