Opinião: “Vão sem mim, que eu vou lá ter”(?); Vamos quebrar a “tradição”?

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Muitas vezes ouvimos no autocarro, na mesa ao lado na esplanada, ou até na sala de espera de uma instituição pública: “Isto está mal”, “Não há direito” ou “É sempre a mesma coisa”.

Muitas vezes ouvimos a voz dos cidadãos naquele contacto informal e por vezes até inesperado e espontâneo. Muitas das coisas que dizem provêm da sua experiência pessoal, da vivência de conhecidos ou familiares.

Também sabemos que muitos profissionais de saúde estão exaustos e desmotivados, em desacordo com formas de organização dos serviços e da sua atividade assistencial.

Muitos deles, desabafam em conversas de corredor, ou naquela pausa milagrosa entre correrias diárias. Outros têm na face a completa ausência de intenção interventiva.

Mas há ainda muitos que têm energia para mudar e para motivar todos os outros.

É em prol dos interesses destes utentes e profissionais de saúde que as instituições, as comissões, os ministérios e os órgãos de decisão determinam as linhas orientadoras do funcionamento da nossa sociedade.

Assim, devemos responder “PRESENTE!” sempre que somos chamados a intervir e a decidir o nosso futuro.

Muitas vezes, a motivação esfria, a voz teima em sair e nós próprios abafamos a nossa reflexão sobre tantos assuntos importantes. Este “fenómeno” é deliciosamente expresso nas palavras de Pedro da Silva Martins:

“Agora não, que me dói a barriga

Agora não, dizem que vai chover

Agora não, que joga o Benfica

E eu tenho mais que fazer”

Até 19 de julho de 2018, somos TODOS para intervir e o assunto é tão-somente um dos maiores sucessos da democracia portuguesa – o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Isto acontece, precisamente, no ano que se calou a voz do seu principal mentor, António Arnaut. Vamos, então, contribuir para satisfazer o seu pedido: “Ó Costa, aguenta lá o SNS!”

Vamos defender algo tão precioso, honrando o passado e contribuindo para construir o futuro, num documento que enquadre o direito à proteção da saúde, refletindo as necessidades e expectativas dos cidadãos, na ótica dos utilizadores e dos profissionais, respondendo aos desafios demográficos, sociais, científicos, tecnológicos com que nos deparamos.

Somos chamados a pronunciar-nos sobre temas como os direitos e deveres em contexto de saúde, a responsabilidade do Estado, a deficiência, os cuidadores informais, os dados pessoais e informação de saúde, entre tantos outros.

Lanço então o desafio: vão sem si, que vai lá ter, ou segue na crista da onda, participando ativamente?

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