A maior força política da Assembleia Municipal são os 18 Presidentes de Freguesias e União de Freguesias. Somos 18 Presidentes que por inerência temos lugar na Assembleia como Deputados Municipais.

Apesar de representarmos todos os adultos do Concelho de Coimbra não fazemos qualquer uso dessa representação, pelo contrário, oferecemos aos partidos e movimentos o poder que os cidadãos nos confiaram para defender os seus interesses, ou seja, os interesses das freguesias. A política municipal está de costas voltadas para as freguesias, daí que representamos apenas 3% do orçamento camarário, mas com as notícias faseadas na comunicação social estes 3% multiplicam-se por 100.

Primeiro noticiam o bolo ( 3 milhões de euros) e depois noticiam fatia a fatia, dando a impressão que o bolo aumenta sem fermento.

Numa das últimas Assembleias Municipais assisti a um caso que os cidadãos de Coimbra devem ter conhecimento. Foram apresentadas duas moções para que as dotações do município para as freguesias fossem aumentadas, todos os presidentes podiam votar a favor, mas não, os Presidentes do PS votaram contra esse aumento para as freguesias e houveram até dois que foram ao púlpito declarar que qualquer aumento das verbas para as freguesias era extemporâneo, já que o governo de António Costa estava com o processo da descentralização no poder autárquico.

Estamos a mais de meio ano de 2018 e não se vislumbra qualquer descentralização e do que vamos ouvindo só as Câmaras vão ter benefícios. Está-se a ver porquê, a Associação Nacional de Municípios Portugueses que tem Manuel Machado na presidência consegue vantagens junto do Governo porque tem capacidade de reivindicação, enquanto a ANAFRE presidida por Pedro Cegonho apenas consegue maiores prejuízos para as freguesias na descentralização…

…Agora vejamos o inverso e por respeito às outras freguesias não as referirei. O município vem buscar a Santa Clara e Castelo Viegas, por ano, mais de 2,5 milhões em IMI, centenas de milhar em IRS, mais 300.000 em licenças em bombas de gasolina e duas grandes superfícies comerciais, recebe direitos de passagem, taxas de derrama, comercialização de água, publicidade comercial, esplanadas, estacionamento e no fim dá para estas duas freguesias pouco mais de 10 euros por habitante. O município atribui 18 cêntimos anuais por cada cidadão de Santa Clara e Castelo Viegas em apoio social, estamos em Julho e ainda não recebemos nada.

Acham justo? Acham que esta partilha é de esquerda? Acham que é isto a fraternidade, igualdade e liberdade?