Opinião: Coimbra, a nossa querida menina, esteve em festa!

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1. Isabel de Aragão
Isabel nasceu em Aragão, filha de reis, no Palácio de Aljafara em Saragoça. Muito jovem veio para Portugal disposta a cumprir a missão que os pais lhe confiaram; casar com o Rei D. Diniz de Portugal, estabelecer amizade entre os dois Reinos, ser uma boa Rainha, esposa e mãe, de acordo com a esmerada e exigente educação que recebeu no berço.
Entrou pelo Nordeste de Portugal, com a sua vistosa comitiva, a caminho de Lisboa onde o Rei e a corte a aguardavam. Mas era, naturalmente, obrigatório passar por Coimbra, capital do Reino. Dizem as Crónicas que ao avistar esta bela cidade, Isabel exclamou: – Que linda!
Acredito que Coimbra tenha sido a sua primeira paixão em Portugal, talvez a mais forte e perdurável nos destinos do tempo.E não dizem as crónicas de então, mas não custa adivinhar que Isabel pensou como seria bom, para a sua alma bela, tranquila e pura; viver, amar e mais tarde morrer nesta formosa cidade do Mondego.
O seu desejo havia de se cumprir. Depois de uma vida de sofrimento, no meio das intrigas e jogos de interesse da Corte em tudo contrarias ao seu ser excepcional, das infidelidades do marido D. Diniz, das lutas entre marido e filho (D. Afonso IV), quando enviuvou, recolheu-se finalmente, como era seu supremo desejo, ao Mosteiro de Santa Clara a Velha, na continuação dos caminhos de Deus.

2. Rainha Santa Isabel, padroeira de Coimbra
Em Coimbra, e até ao fim da vida, junto às doces e quietas águas do Mondego, desenvolveu uma acção notável junto dos mais desfavorecidos. No alivio da sua pobreza, Isabel encontrava alivio para a sua própria dor como filha, esposa, e mãe.
O seu grande amor a Coimbra, ao deixar todos os faustos da Corte em Lisboa, para vir aqui viver de forma simples e digna, a sua forte intervenção social levou-a a ser adorada pelo povo de Coimbra (e dos portugueses) que vinha para a rua quando ela passeava a pé ou na sua mula pela ruelas da cidade e dos povoados vizinhos. Viam nela, mais do que a esmola que lhes mitigava a fome e o frio, uma réstia de luz, um alento de esperança na sua vida de amargura.
Quando Isabel faleceu, num 4 de Julho (por acaso em Estremoz onde se tinha deslocado), Coimbra estremeceu! O povo sofreu, de forma súbita e inesperada, um golpe atroz e traiçoeiro que deu lugar a uma dor imensa, durante muito tempo.
Mas bom, grato e generoso, como o povo de Coimbra sabe ser nas horas difíceis, passou a venerar em massa a sua Rainha. E de tal forma o fez que a Santa Sé veio a santifica-la e torna-la a Rainha Santa Isabel, padroeira de Coimbra.

3. Coimbra, a nossa querida cidade, esteve em festa!
De há muitos anos para cá, Coimbra celebra alegremente durante uma semana, as Festas da Cidade dedicadas à sua Rainha Santa e o dia 4 Julho como o dia da cidade!
Assim foi na passada semana. A população em massa veio para a rua. Acompanhei, com entusiasmo, muito daquilo que de relevante aconteceu na cidade nessa semana. Coimbra, a nossa querida menina, fez anos e celebrou a vida! Quem tem uma padroeira assim a abençoá-la, com o seu sorriso suave e redentor, tem todas as condições para ser uma cidade de gente feliz, activa, solidária, positiva, capaz de construir uma Coimbra ainda melhor para todos, como todos nós queremos. E concluir com orgulho; – Sim, eu sou de Coimbra!

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