Opinião: A Região Centro é singular…

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Um fraco crescimento da economia nacional, e uma dívida pública que não diminuí em valor absoluto, asfixiam o desenvolvimento do país, por os juros desta dívida consumirem dinheiro necessário para estimular a criação de muitos mais empregos, e melhor remunerados. Pelo que urge criar muito maior riqueza, para o que todos teremos de participar neste desígnio nacional.

Mas, entre a nossa cosmopolita capital, e o nosso rico e industrioso Norte, que representa hoje 29% do PIB, sendo o concelho de Braga o terceiro mais exportador do país, temos as antigas regiões de as Beiras, que, ao envelhecerem, foram deixando de conseguir valorizar devidamente muitas das riquezas que têm, entre as quais avultam florestas, águas, e outros recursos minerais.

A região Centro foi gizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional como um puzzle de diminutos pólos de desenvolvimento, estratégia que não surtiu o efeito desejado, entre outros motivos, por não terem surgido lideranças políticas de excelência. Não por falta de empenho dos que foram promovendo políticas de desenvolvimento regional, mas por os líderes locais não terem gerido os interesses de cada terra em respeito pelas demais, ou seja, de modo complementar, e sem antagonismos. Vejamos o exemplo mais recente do que tem acontecido.

Das duas regiões autónomas insulares e cinco regiões administrativas continentais do país, só uma não tem um aeroporto civil de tráfego internacional, sendo o Centro servido pelos da Portela e Maia, e futuramente, pelo de Montijo. É que na região Centro ainda nem sequer existe consenso quanto à futura localização de um aeroporto internacional, o que certamente fará com que nenhum dos seis distritos do Centro o venha a acolher nos próximos anos, ou até décadas…

Se esta região tivesse tido políticos que olhassem para o todo, e não para as ínfimas parcelas do território em que ganharam fama, talvez o Centro já tivesse tido o reconhecimento dos governos sobre questões estruturais que têm obstado a um maior desenvolvimento. Pelo que o problema capital desta região nem é o de não ter uma grande e vera capital, mas o de faltarem lideranças geradoras de dinâmicas e consensos regionais que imponham ao país, o valor que o Centro tem!

Acresce que nesta região há demasiadas “capitais”, desde os distritos do litoral – onde Coimbra estagna, especialmente na economia, Leiria cresce tanto que em breve liderará em vários setores de atividade, e Aveiro capta negócios e gera cada vez mais riqueza, pela força da implantação empresarial e de uma Universidade muito dinâmica -, aos mais interiores, onde Viseu, fruto de estratégias de crescimento eficazes, mostra um desenvolvimento notável, e Guarda e Castelo Branco (que parecem longe de onde venha a ficar “o tal” aeroporto internacional), vão fazendo pela vida, e insistindo em não serem esquecidas em questões fulcrais, que a todos trarão maior desenvolvimento. Mas há, na região Centro, notória falta de coordenação e de liderança política!

O Centro tem muitas outras cidades, como Águeda, Albergaria, Cantanhede, Fátima, Figueira, Marinha e Pombal, que querem ter o aeroporto perto, por saberem que terão maior crescimento. Mas a localização de uma futura infra-estrutura aeroportuária deverá atender à realidade do país, nomeadamente quanto às isócronas entre os territórios que acolhem mais pessoas e empresas, e o “sítio” de um novo aeroporto. Resta saber se, no Centro, haverá vontade para unir o povo em torno de um aeroporto internacional que desenvolverá não só esta nossa região, mas todo o país.

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