A formação do novo Governo espanhol era aguardada com expectativa, quer pela rapidez com que o mesmo devia ser apresentado, pela forma intra cíclica com que o PSOE foi “escolhido” para governar o resto da legislatura, quer pela curiosidade quanto àqueles que iriam protagonizar a mudança governativa. Todavia mesmo a prontidão com que foi apresentado não espantou tanto quanto a sua composição! Onze Ministras e seis Ministros!

Para além da qualidade pessoal de cada um, pelo que foi divulgado, seria pouco sério da minha parte não me regozijar com o papel reconhecido a mulheres nas difíceis tarefas da governação. O Partido Socialista Espanhol tem sido pioneiro de certa forma neste reconhecimento da capacidade feminina para as funções da governação. Zapatero em 2008 nomeou Carme Chacón (já falecida) ministra da Defesa, tornando-se a 1ª mulher naquela pasta. O dia em que Carme Chacón passou revista às tropas espanholas, grávida de 7 meses, foi um marco histórico para a vida de muitas mulheres sem medo de pisar o risco. A foto tornou-se icónica e correu mundo nesse dia!

Num ano marcado pelos movimentos #MeToo e #NoSin Mujeres, pela histórica manifestação do Dia da Mulher em Madrid, a igualdade de oportunidades, debilitada mesmo nas sociedades ditas modernas, foi privilegiadamente exposta por Sanches: “Carregam o peso da responsabilidade em matéria económica”, o que é também inédito e são os sinais dum tempo novo…